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Novos horários põem em risco emprego de milhares de professores

florindo

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A Fenprof alertou hoje para a possibilidade de milhares de professores ficarem desempregados em Setembro, com a eliminação de horários de trabalho e a criação dos mega-agrupamentos, durante um protesto em frente ao Ministério da Educação.

Na quarto protesto em duas semanas, apelidado de «manifestódromo», o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, lembrou novamente o risco de desemprego que correm «milhares e milhares» de docentes se for para a frente a proposta de eliminar 30 mil horários, juntamente com a continuação da fusão de agrupamentos escolares.

«Na segunda-feira saiu um despacho com as normas de organização para o próximo ano lectivo, e de facto as alterações que o ministério faz aos horários de trabalho e ao número de horas que as escolas vão ter para se organizar e desenvolver projectos são de uma fortíssima e gravíssima redução», afirmou, acrescentando que haverá respostas que as escolas não vão poder dar.

A nova organização de horários transfere para a componente não lectiva dos professores um conjunto de tarefas, funções e cargos que tinham redução de componente lectiva.

Esta organização, de acordo com Mário Nogueira, vai tornar «completamente impossível o cumprimento de 35 horas porque os professores vão ter de fazer 60 horas ou mais por semana para poderem fazer tudo o que lhes está atribuído e corrigir testes, preparar aulas e participar em reuniões». «Isto é uma legislação que este Governo já não vai alterar, mas que o próximo Governo, entre tomada de posse e início do ano escolar, vai ter de mexer», defendeu.

O sindicalista criticou que a legislação tenha sido «publicada sem negociação» e lembrou que 17 meses depois da tomada de posse da ministra da Educação e de Isabel Alçada ter dito que os horários dos docentes estavam demasiado preenchidos, o Governo sai e deixa «horários ainda mais agravados para os professores».

«Esta medida faz parte do conjunto de aspectos que vamos entregar no sábado, no final da marcha, aos partidos políticos, para que o futuro Governo tenha esta preocupação logo à cabeça».

Sobre a Marcha Nacional pela Educação, Mário Nogueira salientou que se realizará num momento importante para o país, em que se vai discutir o futuro.

«A participação de representantes de toda a comunidade educativa e o facto de estarmos a falar a uma só voz, ninguém defendendo o seu interesse pessoal, mas todos o interesse colectivo, que é um ensino de qualidade, tem um significado extremamente importante», sublinhou.

Os mega-agrupamentos, o encerramento de escolas, os cortes de financiamento, as novas regras para elaboração de horários e a ameaça de desemprego para os professores são preocupações que motivam o protesto.

Esta marcha pretende juntar docentes, estudantes, trabalhadores não docentes, pais e encarregados de educação, inspectores de educação e psicólogos.

Sobre a adesão prevista, Mário Nogueira diz não ter uma ideia concreta, mas acredita que serão alguns milhares. No entanto, e ao contrário do que afirmou há dias, quando disse esperar que esta fosse a «maior marcha já realizada», sublinhou que o protesto de sábado não deverá juntar as mais de cem mil pessoas que participaram noutros anteriores.

Lusa/SOL
 
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