kokas
Banido
- Entrou
- Set 27, 2006
- Mensagens
- 40,722
- Gostos Recebidos
- 3

O que o Estado Islâmico trouxe de novo ao universo islamita e jihadista é a ideia de vitória e do mais absoluto radicalismo, recorrendo à arma da propaganda para aterrorizar os adversários.
Quem o diz é o investigador americano J. M. Berger em entrevista ao DN.
Os vídeos de decapitações são pensados essencialmente para os ocidentais?
Em certa medida. O EI começou a decapitar pessoas muito antes de matar ocidentais. Um dos seus vídeos mostra a execução em massa de militares sírios capturados, e que praticamente não chamou a atenção de nenhum media ocidental. Isto sucedeu várias vezes e o objetivo eram os públicos locais e tiveram o resultado pretendido. Veja-se no ataque a Mossul como bateram em retirada os soldados iraquianos e a debandada foi considerada uma causa direta deles saberem como o EI tratava os seus prisioneiros. E quando começaram a fazer os vídeos para o público ocidental, fizeram-no de uma forma bem calculada, revelando que o conheciam muito bem. Nestes vídeos, a decapitação não surge na íntegra; vê-se o início e depois o resultado final enquanto nas decapitações de sírios e iraquianos tudo é mostrado do princípio ao fim. É também a forma bárbara das execuções, não é com espadas, machados, guilhotina, é da forma mais lenta, terrível e dolorosa que se pode imaginar. Para as audiências árabes sabem que podem e devem mostrar um nível superior de violência.
Como se viu no caso do piloto jordano, que já foi mostrado nos media ocidentais?
Certo, mas não na íntegra. Tive oportunidade de ver a versão não censurada e foi das coisas mais terríveis que alguma vez vi. Quando o EI faz vídeos para o público ocidental sabe que não pode ir tão longe, ou não serão mostradas as imagens.
dn