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Olivença

Antonio A Alves

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Manuel de Godoy

Este assassino nasceu em Castuera, Badajoz a 12 de Maio de 1767, e morreu em Paris a 4 de Outubro de 1851. Estamos perante a exemplo acabado da melhor elite espanhola da segunda metade do século XVIII. Godoy, o homem que anexou Olivença, foi também aquele que vendeu a Espanha aos franceses, e que teve o sonho de ser rei de uma parte de Portugal (Rei do Algarve). Os franceses não tardaram a traír este traidor. A barbárie de provocou em nada ficou a dever à que os seus conterrâneos provocaram aos povos da América. Foi neste aspecto um dos seus mais ilustres continuadores.
 

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Entre os séculos XVI e XX, a extremadura espanhola foi um verdadeiro viveiro de assassinos e traidores. Foi contra eles que se bateram os portugueses de Olivença durante séculos.
 

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A traição de "nostros hermanos"

É difícil encontrar país mais traidor e repleto de traidores, como foi a Espanha em finais dos século XVIII e princípios do século XIX. Todas as comparações ficam aquém da realidade.
 

Antonio A Alves

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A Ameaça Francesa

Quando em 1789 eclodiu a Revolução Francesa, a Espanha foi um dos primeiros países que se levantaram contra as suas ideias liberais. Fez parte inclusive de uma acção armada contra a França (campanha do Rosilhão). O movimento revolucionário francês rapidamente adquiriu uma dimensão expansionista. A França precisava de dinheiro e não tarda a declarar guerra aos vários países europeus, para os poder saquear.



Portugal comunga dos mesmos receios que a Espanha. Espera que esta se mantenha fiel aos compromissos de paz entre os dois países. Nada justificava aliás uma posição diferente.
 

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A Traição Espanhola

O homem que é apontado como o mentor da traição que os espanhóis fizeram aos portugueses é Manuel Godoy, amante da rainha de Espanha, mais conhecido pelos espanhóis como o "Principe da Paz". Carlos IV, a 15 de Novembro de 1792, entrega-lhe o governo do país. Após quatro anos de governação a Espanha Católica e símbolo da Inquisição na sua forma mais brutal torna-se no mais fiel aliado da França ateia, republicana e jacobina. Ao serviço da França declara guerra a meio mundo. É neste contexto de fidelidade canina que se pode perceber a sua declaração de guerra à Rússia.


Pensando-se reforçada pelo poder da França, de imediato a Espanha começa a urdir a trama para ocupar Portugal. Inicia então conversações com os franceses para a sua invasão e partilha.
 

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Espanha e França Invadem Portugal

Estes países, em Março de 1801, fazem um ultimato a Portugal para que feche os portos a Inglaterra,sua tradicional aliada.Os termos deste ultimato constituem uma verdadeira declaração de guerra. A partilha de Portugal está há muito combinada, era apenas preciso um pretexto. Na fronteira com Portugal, em Abril de 1801, os espanhóis concentram cerca de 70 mil homens. Esperam contudo pela chegada dos franceses para a invasão. Entre 17 e 18 de Abril, os franceses entram pela primeira vez em Espanha com 15 mil homens. O seu objectivo comum é o saque do país, e o dos espanhóis o seu domínio. No dia 16 de Maio, o exército espanhol invade o sul de Portugal e lança a destruição pelo Alentejo, tomando Olivença.



Isolado, sem apoios exteriores, traído pelos seus vizinhos ibéricos, fustigado pelos franceses, os portugueses procuram resistir. No tratado de paz que ainda em 1801 é celebrado, na cidade que viu parir Godoy- Badajoz-, a Espanha protegida pela França, exige Olivença.



Em Olivença vivem-se horas de desespero. A população é humilhada, massacrada e saqueada pelos invasores. Como o país procura resistir e aguardar por melhores dias.
 

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A história espanhola regista a rapidez desta acção de 1801. Ao longo de quatro meses saquem e tomam várias vilas e cidades junto à fronteira.Olivença caiu ao fim de dois dias. O que esta história não refere é a vergonhosa traição que fizeram aos portugueses, os massacres, roubos e violações que por todo o lado realizaram. O que esta história também não fala é que foram os espanhóis que convidaram os franceses a entrarem na Península Ibérica para os ajudar a roubarem e destruírem um seu vizinho, e que acabaram depois por também ser saqueados.


O prestigiado historiador espanhol, Ramón Mendez Pidal (H.E.vol.XXXI,p.893), vai mais longe que todos e apresentam uma caridosa explicação para a usurpação de Olivença. O seu roubo serviu para consolar o povo espanhol da perda na altura das colónias da Trindade e Luisiana. O povo andava triste e desconsolado, precisava de sentir o sangue dos seus vizinhos e de o roubar para de novo se sentir feliz.



Uma coisa é certa: os massacres de portugueses em Olivença foram brutais. Mesmo assim, o que restava da martirizada população ainda se revolta em 1806. Mas a Espanha não desiste do seu objectivo, os franceses também não. Portugal continua a resistir.
 

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A partilha de Portugal entre a Espanha e a França

Em 1807, em Fontainebleau é feita formalmente a partilha de Portugal. Godoy manifesta o desejo de ficar com o sul do país e de se proclamar rei do Algarve. Os franceses não tardam a trair este traidor. A 17 de Novembro de 1807, as tropas francesas invadem Portugal, mas a família real e os quadros do país (16 mil pessoas) havia já saído para o Brasil. Os espanhóis integrados nas tropas francesas aproveitam para roubar, incendiar as regiões por onde passam. É o desvario dos "hermanos" dos portugueses.


A Espanha está em todas as incursões dos franceses a Portugal. Entre 1808 e Outubro de 1813, ora estão na primeira fila ora estão na retaguarda, agindo como um exercito organizado ou como bandos de salteadores ao serviço da França ou a mando de caciques.
 

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Os portugueses contam desde Agosto de 1808, com a ajuda de tropas inglesas comandas por Wellington. Portugal transforma-se no continente Europeu, na principal base de onde partirão as principais ofensivas contra os franceses e os seus aliados, entre os quais se incluem os traidores espanhóis. A população não tarda em auto-organizarem-se em grupos de guerrilheiros para fustigarem os franceses.

No outro extremo da Europa, a Rússia, desencadeia outra ofensiva similar.


Numa Espanha repleta de traidores, muitos procuram assumir o poder. Fernando, filho de Carlos IV, ao tentar trair o seu pai tomando-lhe o poder, é denunciado por outros traidores. Não tarda a denunciar os seus amigos. Entre tantos traidores, o povo espanhol, elege-o como o seu novo rei. Os franceses opõem-se. O povo saí á rua, e em Maio de 1808, a revolta alastra por todo o país. Godoy não tarda a refugiar-se em França. Ao trono sobe um novo traidor- Fernando de seu nome.
 

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Portugal está transformado num campo de batalha. A política da terra queimada implica a destruição deliberada de grande parte do país para diminuir os recursos disponíveis para o exército invasor. Os franceses tentam por todos os meios dominar Portugal, sucedendo-se as invasões. Em Olivença, em 1811, o general francês Soult, numa destas tentativas é derrotado. A vila é tomada pelos portugueses.


A Espanha que desde 1808 percebera que só tinha a lucrar distanciando-se dos franceses, aproxima-se dos ingleses. Após a capitulação de Olivença em 1811 pede para que lhe seja confiada. Os ingleses cedem procurando agradar ao novo aliado.

Em Olivença a população massacrada está isolada. A ponte que fazia a ligação com Portugal foi há muito destruída pelos espanhóis(1701). O desespero é total, o que se seguirá é a consumação do etnocídio que os espanhóis foram exímios na América.

Portugal encontra-se completamente destruído pela guerra, cerca de um terço da sua população foi gravemente afectada ou morta. A corte está no Brasil, o governo está confiado aos ingleses. O que resta de franceses e traidores espanhóis só é definitivamente expulsa do país em 1813. Não é difícil imaginar a dificuldade que os portugueses tinham na altura para impor fosse o que fosse.


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Isolamento e Extermínio

O povo português de Olivença, em 1801, recebeu a invasão do numero exército espanhol com um misto de surpresa e receio. Portugal não estava em guerra com a Espanha, porquê a invasão?

Muitos julgaram que se tratava de uma manobra de Espanha para iludir a França, para lhe mostrar que estava disposta fazer guerra a qualquer país europeu que enfrentassem Napoleão Bonaparte. Ao trair o seu vizinho, com a qual tinha relações pacíficas, dava uma prova suprema da sua fidelidade ao exterminador da Europa.

É verdade que muitos outros desconfiavam das intenções dos espanhóis. Não era a primeira vez que a Espanha procurava conquistar Olivença e havia massacrado a sua população.
 

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A Ferro e Fogo

Após a ocupação, não tardou a população de Olivença a descobrir o que a esperava. Os espanhóis vinham para ficar, instalando aqui as suas tropas que maior apego demonstravam à causa do traidores que governavam a Espanha, e sobretudo que não recuavam perante a empresa que se avizinhava


A população de Olivença estava sitiada, metida num redil, como os prisioneiros dos campos de concentração nazis. A única ligação com Portugal, a ponte da Ajuda, fora destruída pelos espanhóis. A língua portuguesa foi proibida, assim como a manifestação de qualquer sinal de identidade cultural. Todos os que se opuseram foram mortos.


O povo de Olivença isolado de Portugal sofre então uma das suas piores humilhações que qualquer ser humano poderá sentir: a negação da sua identidade e dignidade como pessoa. Sob a ameaça foi-lhes imposto que se tornassem espanhóis de corpo e espírito. Gerações e gerações dos que resistiram viveram esta experiência de puro terror.
 

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Em 1806, a população sitiada e sem poder contar com qualquer apoio exterior revolta-se. Os espanhóis recuam, para de seguida reforçaram militarmente a praça de Olivença com novas unidades mais ferozes que as anteriores.

Cinco anos depois, os espanhóis abrem as portas de fortaleza de Olivença aos franceses que a ocupam. O objectivo é a partir daqui invadirem e tomarem Portugal. A violência dos combates com as tropas portuguesas e inglesas ultrapassa tudo o que se possa imaginar. Os franceses são derrotados, sendo a fortaleza de novo tomada pelos portugueses. Bedesford que governava Portugal, trai os portugueses e entrega Olivença aos espanhóis, tentado desta forma captá-los para o apoiarem na guerra contra os franceses. Aos portugueses é prometido que o assunto seria mais tarde resolvido quando fosse feita a paz geral.



A população de Olivença sofre um novo e brutal massacre, sendo aniquilada na sua maior parte. Neste cenário é difícil imaginar que houvesse alguém que continuasse a afirmar-se português, mas curiosamente houve-os. Mas todos os que restavam sabiam os que os esperava.
 

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Terror, Pão e Touros

No princípio dos anos 20 do século XIX, Olivença é uma terra de mortos, governada por caciques que se haviam apossado dos bens das terras e casas dos portugueses e a sua guarnição militar comanda pelos mais reaccionários oficiais.


Olivença não tarda a tornar-se na principal base de apoio às tentativas espanholas para fomentarem a guerra civil em Portugal. Em 1826, desta praça armada um esquadrão de cavalaria espanhola "deserta", para vir defender a causa da monarquia absolutista de D. Miguel, pretendente ao trono de Portugal. Este esquadrão, um dos primeiros que os espanhóis enviam, não tarda a semear a morte e a destruição pelo país. As grandes potências da Europa condenam a Espanha pelo financiamento e as incursões que levou a cabo, até conduzir Portugal para um novo banho de sangue, a guerra civil entre liberais e absolutistas (1826-1834)

A Espanha prosseguindo a sua acção terrorista sobre a população de Olivença, em 1840, proíbe o uso da língua portuguesa, reforçando ao mesmo tempo os mecanismo de aniquilamento das tradições portuguesas.
 

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Nesta orgia da morte, em 1856, a Espanha ergue em Olivença, o monumento que simboliza o seu domínio: uma magnifica praça de touros, para mais de 5 mil espectadores. O restava do povo português tinha aí possibilidade de evocar, nos sangue dos animais mortos, o sangue derramado pelos seus antepassados. Os invasores espanhóis e os traidores portugueses que também os houve, a possibilidade de glorificarem o poder da morte sobre uma cultura.

Esta relação entre praças de praças de touros e execuções humanas, virá a ser largamente concretizada durante a última guerra civil espanhola (1936-1939). Na estremadura elas foram os locais privilegiados de execuções, entre eles se contaram muitos habitantes originários de Olivença. A história repetia-se, não no plano simbólico, mas como uma manifestação real.



Durante a ditadura franquista (1939-1975), o que ainda restava da língua e das tradições portuguesas em Olivença são totalmente proibidas. Apenas em segredo poderiam eventualmente ser mantidas
 

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Humberto Delgado: A Última Traição

Nas terras de Olivença, ir-se-á concretizar nos anos 60 uma das últimas traições da Espanha aos portugueses. Junto a Olivença, no dia 13 de Fevereiro de 1965 foi morto um dos símbolos da luta contra a ditadura (1926-1974). Salazar, contou com a conivência do governo espanhol para assassinar em Olivença o General Humberto Delgado. Um dos seus assassinos -Rosa Casaco-, vive ainda hoje tranquilamente em Espanha.
 

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Cripto-Portugueses

É dificil imaginar, depois da barbárie praticada pela Espanha ainda subsistam descendentes de portugueses em Olivença. Custa a crer que ainda sobreviva algo da de uma identidade sistematicamente negada.


As pedras estão lá, mas as cabeças há muito que são as do invasor. Ao fim de dois séculos, a existência de uma identidade secretamente guardada pela população, é de todo improvável. Seria o mesmo que pedir a um Inca actual que se identificasse com os seus antepassados. Os sobreviventes que existem devem ser necessariamente esporádicos. O etnocídio foi aqui, como na América Latina, perfeito. A Espanha tem uma longa tradição neste tipo de crimes contra a humanidade




Estamos em crer que a actual população de Olivença é maioritariamente descendente de antigos de usurpadores espanhóis (ladrões, assassinos, violadores, etc). Há todavia alguns estudos surpreendentes que apontam para outras conclusões e que não podem ser descartadas: a existência de descendentes de portugueses. Gente que sobreviveu durante dois séculos a condições inacreditáveis de humilhação, discriminação e barbárie.

 

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Em 2005, uma investigadora da Universidade de Évora (Ana Paula Fitas), apresentou uma tese de doutoramento sobre a identidade cultural do povo de Olivença. Após dois anos de pesquisas junto da sua população, afirma que na sua maioria esta não se identifica com a Espanha mas com Portugal (Expresso,23/4/2005), embora se sinta magoada com o abandono a que foi votada pelos sucessivos governos portugueses. Esta conclusão não é nova. Em 1992, Carlos Luna (cfr. Nos Caminhos de Olivença), ao descrever uma incursão que fez por Olivença e as suas principais povoações, chegou às mesmas conclusões, mas com uma nota muito interessante: uma parte significativa das muitas pessoas com quem contactou tinha nomes portugueses. A Espanha ainda não tinha conseguido exterminar, em 1992, toda a população de origem portuguesa, muitos terão sido aqueles que haviam resistido à barbárie. Embora seja uma conclusão inacreditável, dada a experiência histórica que a Espanha revela neste tipo de operações, a verdade é que a mesma não pode ser descartada.
 

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A legitimação da usurpação

A Espanha desde 1801 que procura justificar-se, justificando aquilo que não tem justificação entre dois povos vizinhos e que viviam uma relação pacífica. Ao longo de 200 anos, tem desenvolvido toda uma argumentação similar, por exemplo, à usada por Adolfo Hitler fundamentar o direito de invadir e ocupar os povos vizinhos.


Esta argumentação é hoje difundida através da Internet no site a Diputación de Badajoz (DB), onde explicitamente são assumidas teses que inspiraram o nazismo. Á luz do direito Internacional, e nomeadamente da Declaração Universal do Direito do Homem são textos que devem merecer a mais completa repulsa de qualquer ser humano.
 

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Reconstrução da Hispania Romana

O reino da Espanha que se formou em 1492, surge com o ideal de unificar a Península Ibérica num único reino. Ao longo de séculos afirma-se possuída de um espécie de missão divina - a de refazer aquilo que os romanos uniram e a queda do Império dividiu. Para isso, precisa de anular a diversidade de povos e culturas, e sobretudo de dominar Portugal. Á diversidade opõem a uniformidade, ao diálogo as armas

A Espanha sente-se a legitima herdeira do território que os portugueses ocupam. Embora seja um reino historicamente posterior, afirma a sua anterioridade em termos de direito territorial. Nenhuma usurpação feita a Portugal é, neste contexto, um roubo, mas uma reposição da ordem natural das coisas.



Tomada de Olivença foi assumida por Godoy, em 1801, como primeiro passo para uma anexação futura de Portugal. Valia todas as traições. Depois dele, muitos outros manifestaram idênticos desígnios, como Francisco Franco, que se dedicou a estudar a forma de "Como Ocupar Portugal em 12 dias".
 

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Espaço Vital

Olhando para o mapa da Península Ibérica, Portugal é visto pelos espanhóis como uma extensão do seu próprio território. Olivença é ainda hoje descrita como "um posto avançado em terras de Espanha, uma espécie de espinha encrava no flanco sul da capital da Extremadura ( "un puesto avanzado en tierras de España, especie de espina clavada en el flanco sur de la capital de Extremadura.", site oficial da DP, 2002. O texto é assinado pelo neonazi Luis Alfonce Limpo Dínis). Portugal e Olivença são uma excrescência anómala de Espanha. A geografia tem razões que os homens desconhecem. A usurpação de Olivença foi antes de tudo determinada por imperativos de natureza geográfica.
 

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Lei do Mais Forte

A tese espanhola é curiosamente a mesma de Cálicles, na célebre obra de Platão, Górgias. Ao mais forte tudo lhe é permitido. O roubo não existe quando a vítima ( o mais fraco), sob coacção, se dispõe a declarar a inocência do criminoso ( o mais forte). A Espanha invade Portugal, com o apoio dos franceses, apossa-se das suas terras e, sob coacção exige-lhe que confirme o roubo que acaba de praticar, dando-lhe Olivença por escrito (Tratado de Badajoz, firmado em 1801, entre Portugal e Espanha).




Na mesma lógica, se os nazis nos campos de concentração, tivessem exigido aos seus prisioneiros que, por escrito, declarassem aceitar a sua morte, estes estariam hoje ilibados de qualquer crime contra a humanidade.
 

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Inexistência de Fronteiras na União Europeia

O último dos argumento avançado pela Espanha para justificar a anexação de Olivença, é mostrar a irrelevância da questão face ao actual contexto político europeu: Considerando que na União Europeia não existem fronteiras, não há razão para a se colocar o problema da usurpação de Olivença. Este território não pertence a Portugal, nem à Espanha, mas faz parte da União Europeia.
 

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Olivença, Gibraltar, Ceuta, Melila, etc.

A Espanha recusa-se a considerar em pé de igualdade a questão que se coloca em Olivença, com a que existe em relação a Gibraltar (anexada pela Inglaterra no século XVIII), ou Ceuta, Melila e outros anexados pelos espanhóis em Marrocos e reclamados por este país.
Não colocando de parte a similitude destes territórios, há todavia uma situação particular em relação a Gibraltar, e que é a seguinte. A contrário de Olivença, Ceuta e Melila, a sua população viveu sempre neste rochedo em plena democracia, podia manifestar a sua concordância ou discordância sobre o invasor, manter a sua cultura. No caso dos territórios ocupados pela Espanha o que predominou foi a repressão numa das mais cruéis ditaduras do mundo. Em Olivença, por exemplo, a repressão ultrapassou todos os limites. Os vestígios da usurpação e do etnocídio continuam a ser meticulosamente apagados, chegando-se a ponto de mudar os nomes das terras.
 

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Anular Memórias. Rectificar a História

Hitler mandou destruir a aldeia dos seus pais para que nada se soubesse das suas origens. As lápides dos cemitérios, os arquivos onde constassem os seus registos, os pessoas que os conheceram, tudo se tornou numa ameaça pessoal. Hitler temia que fossem descobertos antepassados judeus.




Estaline mandou retocar fotografias e cartazes para apagar as imagens dos seus adversários políticos. Todos aqueles que suspeitava que pudessem conhecer factos que contrariassem a versão oficial da sua vida foram aniquilados. Depois uma legião de historiadores criaram uma história da Rússia adequada à legitimação do seu poder.



Em Olivença tudo isto se passou durante dois séculos. O próprio nome desta vila portuguesa começou por ser rectificado: em vez de Olivença, os espanhóis escreveram "Olivenza". A intenção é sempre a mesma: apagar, rectificar para criar o vazio, possibilitando desta forma a construção de uma outra história mais adequada à legitimação da barbárie.
 
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