José Sócrates atribui melhoria dos resultados a políticas que apostam na Educação
O primeiro-ministro, José Sócrates, atribui os bons resultados obtidos no ano passado no ensino básico e secundário às políticas que apostam na Educação, salientando que a escola pública receberá nos próximos meses o "maior investimento público de sempre".
Sócrates destacou que a Educação tem este ano a oportunidade que esperava há muito tempo, realçando que "nos próximos meses o Estado vai investir nas escolas 400 milhões de euros para realizar o plano tecnológico", um investimento "que nunca aconteceu no passado" e que permitirá instalar vídeo-vigilância, o cartão do aluno e equipar as escolas com material informático, com quadros interactivos e computadores.
"Este ano, o investimento público mais significativo em Portugal foi na escola pública", disse José Sócrates, realçado que isto "exigiu pequenas alterações no Orçamento de Estado para reforçar o orçamento do ministério da Educação", além de um aumento em dez por cento em relação à verba retirada do Quadro Comunitário de Apoio (QCA).
"O investimento em Educação e Ciência em anteriores QCA foi de 26 por cento, quando agora é de 37 por cento", sublinhou.
O primeiro-ministro salientou ainda que o Governo pretende "até 2015 requalificar todas as escolas secundárias, para fazer com que a escola em Portugal seja um local aprazível", de forma que estão neste momento a ser elaborados os projectos de requalificação de cerca de 70 escolas.
Ainda sem apresentar números definitivos, José Sócrates revelou que as escolas vão este ano ter mais alunos, à semelhança do que vem a acontecer desde há três anos, "o que nos diz que estivemos sempre no bom caminho para combater o insucesso escolar".
"Ao longo destes anos fizemos mudanças nem sempre bem compreendidas, mas que hoje permitem que aos olhos da opinião pública os professores e a escola sejam mais bem vistos", considerou.
De acordo com os dados hoje revelados, no ano lectivo 2007/08 a melhoria de resultados verificou-se em todos os níveis de ensino, com os números da retenção a descerem até aos 22,4 por cento no secundário (menos 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior) e a chegarem aos 8,3 por cento no básico (menos 2,5).
A maior queda registou-se no 9º ano, onde os chumbos caíram 7,5 por cento, ficando-se pelos 14,3. A diferença pode ser explicada pela diminuição das negativas no exame nacional de Matemática do 3º ciclo, que baixaram quase 30 pontos percentuais.
"É um facto que os resultados melhoraram e isso significa que mais alunos têm um percurso escolar regular, que transitaram de ano. É isso que se espera das escolas, é isso que se espera dos professores, foi isso que as escolas e os professores fizeram nos últimos anos: trabalhar intensamente, de uma forma diligente, esforçada, para melhorar os resultados", disse a ministra da Educação.
Público