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GF Platina
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O aeroporto de Castellón foi inaugurado em Março de 2011, nunca teve um voo. O único avião que é possível avistar por lá está na gigantesca estátua de Carlos Fabra, o político local, que domina a paisagem. Este é um dos elefantes brancos que servem de exemplo à má gestão de anos que contribuiu para levar a Espanha ao ponto onde está hoje: pediu resgate para os bancos, tem várias comunidades autónomas a pedir ajuda ao Governo central e o próprio resgate do país parece cada vez mais inevitável.
Não foi só a Espanha que gastou muito dinheiro em obras megalómanas ou de utilidade duvidosa. Mas o caso espanhol tem particularidades que amplificam o problema. Não apenas a dimensão do país, mas também a sua divisão em 17 regiões autónomas que competem entre si por notoriedade e visibilidade.
«Este é um país de feudos, como na Idade Média. Quero o meu aeroporto, quero o meu centro de convenções e o comboio de alta velocidade», resumia Stephen Matlin, Director de um Banco de Investimento, citado num artigo recente do jornal espanhol ABC.
Um aeroporto que nunca teve um voo, outro que fechou portas. Excessos antes da crise Castellón é o exemplo clássico, até pelo nome do seu «ideólogo». Carlos Fabra, que é pai da deputada do PP que ficou famosa pelo «Que se jódan» quando o Governo anunciou cortes para os desempregados, foi nos últimos anos um dos homens fortes da região de Valência, a primeira a pedir resgate ao Governo. E está envolvido em várias acusações de tráfico de influências.
Mas só no que diz respeito a aeroportos-fantasma há vários casos emblemáticos. Há Huesca, há Leon, mas o mais notório é o aeroporto de Ciudad Real, em Castilla La Mancha. Inaugurado em 2008, fechou em Abril de 2012. Tem uma das maiores pistas da Europa e pretendia ser uma alternativa a Madrid, mas estava demasiado longe, a 250 km, e não é viável.
O projecto foi anunciado como de iniciativa privada, mas o facto é que custou muito dinheiro aos contribuintes espanhóis: antes de mais pelo financiamento através da Caja Castilla-La Mancha, o primeiro banco regional a ser resgatado pelo Banco de Espanha, em 2009.
E há mais. A Cidade da Luz em Alicante, por exemplo, um projecto megalómano de uma Hollywood à espanhola, que teve financiamento da região de Valência, recentemente considerado ilegal pela União Europeia. Demorou 10 anos para abrir e luta para tentar sobreviver.
Os elefantes brancos de Espanha foram já motivo para vários artigos na imprensa internacional, a propósito do estado a que chegou o país. Num desses levantamentos, a BBC recorda também os centros culturais e artísticos de Valência, Avilés e Compostela, projectos assinados por grandes arquitectos e com grandes investimentos que nunca se livraram da polémica.
Fonte: Economia.
Não foi só a Espanha que gastou muito dinheiro em obras megalómanas ou de utilidade duvidosa. Mas o caso espanhol tem particularidades que amplificam o problema. Não apenas a dimensão do país, mas também a sua divisão em 17 regiões autónomas que competem entre si por notoriedade e visibilidade.
«Este é um país de feudos, como na Idade Média. Quero o meu aeroporto, quero o meu centro de convenções e o comboio de alta velocidade», resumia Stephen Matlin, Director de um Banco de Investimento, citado num artigo recente do jornal espanhol ABC.
Um aeroporto que nunca teve um voo, outro que fechou portas. Excessos antes da crise Castellón é o exemplo clássico, até pelo nome do seu «ideólogo». Carlos Fabra, que é pai da deputada do PP que ficou famosa pelo «Que se jódan» quando o Governo anunciou cortes para os desempregados, foi nos últimos anos um dos homens fortes da região de Valência, a primeira a pedir resgate ao Governo. E está envolvido em várias acusações de tráfico de influências.
Mas só no que diz respeito a aeroportos-fantasma há vários casos emblemáticos. Há Huesca, há Leon, mas o mais notório é o aeroporto de Ciudad Real, em Castilla La Mancha. Inaugurado em 2008, fechou em Abril de 2012. Tem uma das maiores pistas da Europa e pretendia ser uma alternativa a Madrid, mas estava demasiado longe, a 250 km, e não é viável.
O projecto foi anunciado como de iniciativa privada, mas o facto é que custou muito dinheiro aos contribuintes espanhóis: antes de mais pelo financiamento através da Caja Castilla-La Mancha, o primeiro banco regional a ser resgatado pelo Banco de Espanha, em 2009.
E há mais. A Cidade da Luz em Alicante, por exemplo, um projecto megalómano de uma Hollywood à espanhola, que teve financiamento da região de Valência, recentemente considerado ilegal pela União Europeia. Demorou 10 anos para abrir e luta para tentar sobreviver.
Os elefantes brancos de Espanha foram já motivo para vários artigos na imprensa internacional, a propósito do estado a que chegou o país. Num desses levantamentos, a BBC recorda também os centros culturais e artísticos de Valência, Avilés e Compostela, projectos assinados por grandes arquitectos e com grandes investimentos que nunca se livraram da polémica.
Fonte: Economia.
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