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Paris quer avaliar lençóis freáticos após incidente nuclear

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Paris quer avaliar lençóis freáticos após incidente nuclear

Dez dias depois de um incidente na central nuclear de Tricastin (Sudeste), que levantou numerosas interrogações, o governo francês exigiu hoje a verificação do estado dos lençóis freáticos situados perto de todas as centrais nucleares francesas.

Líquido contendo vestígios de urânio enriquecido vazou a 07 de Julho de uma central nuclear, no Sul de França, e uma parte escorreu para dois rios, anunciou então a agência de segurança nuclear francesa.

As autoridades proibiram o consumo de água dos poços em três localidades vizinhas e a rega de cereais a partir dos dois rios.

A proibição estendeu-se aos banhos, desportos aquáticos e à pesca.

Uma avaria durante uma transferência entre duas cubas arrastou para os cursos de água próximos da central 75 quilogramas de urânio.

O grupo nuclear francês Areva admitiu erros e decidiu nomear um novo director geral da sua filial Socatri, implicada no acidente nuclear de Tricastin.

Uma investigação interna, diligenciada por Areva, mostrou «uma falta de coordenação evidente entre as equipas encarregues dos trabalhos e as responsáveis da exploração» que está na «origem deste incidente».

«O erro do construtor foi também o ter esperado os resultados das medidas complementares para prevenir as autoridades, cerca de três horas», reconhece ainda Areva, cujo presidente visita o local sexta-feira.

A Autoridade de Segurança Nuclear (ASN) determinou sexta-feira que a Socrati suspenda a actividade de uma das suas duas estações de tratamento.

O incidente, classificado ao nível 1, na base da escala dos incidentes nucleares que vai de 0 a 7, foi considerado sem riscos pelas autoridades mas suscitou protestos dos ecologistas.

Mas o que é mais inquietante, os controlos efectuados revelaram no lençol freático pontos de concentração de urânio anormalmente elevados. Esta poluição seria anterior ao incidente de 07 de Julho.

«Quero uma total transparência sobre este dossiê. É preciso fazer um inventário dos locais», declarou o ministro francês da Ecologia, Jean-Louis

Defendeu que o Instituto de Rádioprotecção e de Segurança Nuclear (IRSN), que tem o dossiê, «investigue a situação radio-ecológica de todas as instalações nucleares e verifique, nomeadamente, o estado dos lençóis freáticos situados perto de todas as centrais nucleares francesas».

A França possui a segunda rede no mundo de reactores nucleares - 58, depois dos Estados Unidos, e a electricidade de energia nuclear representa cerca de 80 por cento do consumo de electricidade francesa.

As medidas de precaução que limitam o uso da água na região de Tricastin foram mantidas mas uma semana depois da fuga do urânio os habitantes não escondiam a sua inquietação.

«Fomos tratados como cidadãos de segunda», insurgiu-se um responsável da Câmara de Bollène, uma das comunas onde está instalado Tricastin.

Para este responsável, Yves Beck, a gestão do incidente pela Areva e pelas autoridades «foi inaceitável».

Por seu lado, os deputados Verdes reclamaram uma comissão de inquérito parlamentar sobre as poluições radioactivas constatadas após o incidente de Tricastin.


Diário Digital / Lusa
 
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