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Roter.Teufel

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Partido do moçambicano Venâncio Mondlane começa a trabalhar terça-feira

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Mondlane promete defender os "interesses do povo" acima dos interesses particulares.

O político Venâncio Mondlane afirmou, esta segunda-feira, em Maputo, que o seu novo partido, cuja formalização está aprovada, inicia a atividade política na terça-feira, prometendo defender os "interesses do povo" acima dos interesses particulares.

"Amanhã vamos ter a primeira sessão extraordinária da comissão executiva da Anamola, onde vamos definir as linhas mestres, os pilares e as estratégias daquilo que vai acontecer para o futuro (...). Vamos continuar a defender o povo acima do bolso. Vamos continuar a defender o povo acima dos interesses particulares. Vamos continuar a preferir morrer pelo povo do que morrer a roubar o povo", afirmou Mondlane, em declarações aos jornalistas, no regresso de uma viagem ao exterior.

O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos de Moçambique aceitou em 15 de agosto o pedido de registo do partido de Venâncio Mondlane, que deu entrada em abril, decisão festejada, esta segunda-feira, por Venâncio Mondlane, com dezenas de apoiantes, à saída do aeroporto.

"Recebi esta notícia com muito agrado porque muita gente dizia que era impossível haver uma aprovação do nosso partido, do nosso projeto, e nós conseguimos provar que afinal de contas temos gente inteligente, temos advogados extremamente profissionais", afirmou, respondendo aos jornalistas, ao mesmo tempo que se ouviam disparos, de gás lacrimogéneo, no exterior do aeroporto, numa aparente tentativa da polícia de impedir a entrada de mais apoiantes, com um forte reforço policial a controlar os acessos.

"Eu não percebo. É incompreensível, mas é o que eu estava a dizer. Temos que consentir muitos sacrifícios, temos que ser extremamente resistentes, temos que saber que é uma luta muito dura, que vai exigir muito de nós", reagiu ainda o político, que depois ainda garantiu: "Não vimos com armas, vimos com ideias".

À saída do aeroporto, a polícia voltou a fazer vários disparos para tentar afastar os apoiantes que seguiam a comitiva do político, em direção a casa.

Na mesma intervenção, no aeroporto, Venâncio Mondlane, que chegou empunhando a bandeira do seu novo partido, Anamola, apelou à união dos apoiantes: "É por isso que o símbolo, o logótipo do nosso partido, é exatamente um punho cerrado, que significa união, coesão, coerência, solidariedade. Significa que entre os moçambicanos, se nós não tivermos fortemente conectados, se não tivermos a mesma visão, se não tivermos o mesmo foco, nunca venceremos".

Prometeu fazer uma "luta com base nos instrumentos legais", recordando a contestação eleitoral aos resultados das autárquicas em Maputo, em que foi candidato pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), não reconhecendo a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975).

"Só em 2023, quando nos candidatamos para a cidade de Maputo, submetemos sete ofícios ao Conselho Constitucional, à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal Administrativo, que até hoje não tiveram resposta. Então nós sabemos fazer uso da lei e fazemos uso da lei até a corda arrebentar. Estamos disponíveis a fazer isso, porque temos jovens inteligentes, temos jovens muito comprometidos com o seu país, altamente patriotas, íntegros, e querem lutar por este país até a última gota do suor e do sangue", avisou.

Moçambique viveu desde as eleições gerais de 09 de outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder.

Segundo organizações não-governamentais morreram cerca de 400 pessoas em confrontos com a polícia, conflitos que cessaram após dois encontros entre Mondlane e Chapo, com vista à pacificação do país.

O ex-candidato presidencial anunciou em 07 de agosto que alterou a designação do seu partido, passando de Anamalala para Anamola, após pedido do Governo moçambicano, que considerou que a anterior sigla carregava "um significado linguístico".

Anamalala significa "vai acabar" ou "acabou", expressão usada por Venâncio Mondlane durante a campanha para as eleições gerais de 09 de outubro de 2024 - cujos resultados não reconhece - e que se popularizou durante os protestos por si convocados nos meses seguintes.


Correio da Manhã
 
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