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Pequim vai nomear próximo Governo de Hong Kong

kokas

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O Governo chinês não quer que à frente do território de Hong Kong esteja alguém que confronte Pequim e, por isso, seja qual for o resultado das eleições de 2017, irá nomear os novos dirigentes, disse o presidente da Comissão de Direito do Cpngresso Popular do Povo, Qiao Xiaoyang.

Hong Kong é uma Região Administrativa Especial, estatuto que ganhou depois do fim do domínio britânico e da devolução da região à China (Macau tem estatuto idêntico). Isto permite-lhe ter um grau de autonomia que não existe noutras províncias - um dos benefícios é a realização de eleições democráticas, e multipartidárias, para a escolha do governo local.

De acordo com o presidente da Comissão de Direito, citado pelo jornal The Guardian, essa prerrogativa acaba nas eleições de 2017. As últimas eleições terminaram com a chegada de Leung Chun-ying à presidência do Conselho Executivo, no Verão do ano passado. A campanha foi muito complexa, com Pequim a favorecer outro candidato, Henry Tang, que as sondagens davam como favorito e tinha também o apoio das elites locais. Acabaria por sucumbir na votação devido a um escândalo pessoal.

Este anúncio de que será Pequim a escolher o próximo líder surge na sequência de uma visita oficial de cinco dias de cy Leung (como é conhecido em Hong Kong) a Pequim.

O representante de Hong Kong foi à capital chinesa para "esclarecer" as relações entre Pequim e a Região Administrativa Especial e a cooperação, sobretudo comercial, entre "a fronteira".

Tem havido muita tensão entre os dois lados devido ao turismo, às taxas de entrada e saída de produtos e à moeda utilizada (Hong Kong tem os seus próprios dólares). Leung reuniu-se, devido à especificidade de Hong Kong, quer com o ministro dos Negócios Estrangeiros, quer com o ministro responsável pelas regiões chinesas. "Fizemos progressos, mas há ainda muito trabalho à nossa frente e terei que regressar a Pequim em breve", disse Leung no final da visita.

Leung, que era uma figura contestada por Pequim, enfrenta agora grandes críticas "em casa". Têm surgido notícias sobre o seu passado (desconhecido ou irrelevante até aqui) no Partido Comunista Chinês e começa a ser acusado de estar a ceder os privilégios da Região Especial.

Um professor de sociologia da Universidade Chinesa de Hong Kong, Chan Kin-man, ouvido pelo South China Morning Post disse que, "em vez de ir discutir com os líderes [em Pequim], Leung deveria antes estar a explicar as suas políticas aos locais". No início do ano, ao fazer o discurso anual sobre o território, fez declarações que desagradaram a muitos em Hong Kong. "O Governo não deve intervir quando o mercado está a funcionar com eficácia. Mas no caso de o mercado falhar, o Governo tem de agir de forma a resolver os problemas".

Os analistas, por exemplo do The Wall Street Journal, disseram que estava a desviar-se profundamente da filosofia de "não intervenção positiva" que transformou a antiga cidade-Estado sob administração britânica num poderoso centro financeiro e económico regional.

Qiao Xiaoyang explicou como será em 2017. "Primeiro, o comité nomeado decidirá. Depois, os eleitores escolhem. Finalmente, o governo central [de Pequim] decidirá se nomeia ou não essa pessoa".

Albert Ho, do Partido Democrático de Hong Kong, disse que este anúncio é um primeiro passo de um "golpe" para acabar com o sufrágio universal. "É um sufrágio universal a fingir, o que não é melhor do que as eleições nunca contestadas que eles fazem em Pequim".

A imprensa livre de Hong Kong avança que as organizações políticas e cívicas já estão a prometer manifestações, caso as regras da escolha dos governantes regionais mudem.



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