H
helldanger1
Visitante
A pesca do bacalhau deve ser completamente banida do mar do Norte em 2007, sob pena de os stocks desaparecerem completamente dentro de poucos anos. Esta é a proposta radical dos cientistas do Conselho Internacional de Exploração dos Mares (CIEM), organização que coordena a pesquisa no Atlântico Norte sobre pescas e aconselha a UE sobre a sua gestão. Os stocks da espécie estão tão pobres que essa seria a única oportunidade de recuperarem, diz o CIEM, cujo relatório final é divulgado amanhã.
Desde há cinco anos que os cientistas desta organização avançam anualmente com a sugestão de proibir nesta região a captura do bacalhau, que está hoje classificado como espécie vulnerável. Mas, até hoje, a UE nunca acatou a proposta.
A primeira vez que o CIEM sugeriu uma moratória para a pesca do bacalhau no mar do Norte foi em 2002, mas a única coisa que conseguiu, a partir de 2004, foi a diminuição gradual das capturas, numa tentativa de ajudar à recuperação dos stocks. Aparentemente, sem sucesso também. De acordo com um relatório recente da WWF, se nada for feito, o bacalhau poderá desaparecer desta região dentro de 15 anos.
Para o corrente ano, por exemplo, o Conselho de Ministros das Pescas da UE aprovou uma quota global de 26,5 mil toneladas para os seus Estados membros. Resta saber se algo vai mudar em 2007. Mas isso só será decidido no Conselho de Ministros das Pescas de Dezembro.
Da parte da Comissão Europeia parece não haver para já mais do que a intenção de propor reduções globais de 33% nas capturas de espécies de fundo fragilizadas, em 2007 e, novamente, em 2008.
O Governo português reconhece, por seu lado, que a proposta do CIEM poderá afectar todos os Estados membros, entre eles Portugal, mas recusa comentá-la nesta fase. "Estamos ainda ao nível técnico- -científico do processo, em que se tornam públicas as propostas. Só numa fase política é que o Governo falará sobre o assunto", disse ao DN fonte do Ministério da Agricultura.
Após a apresentação do estudo ao Comité Científico da Comissão Europeia, será elaborada uma proposta concreta. No Conselho Europeu, esta será analisada e os países terão de se pronunciar. Até ao final de Dezembro serão definidas as quotas de pesca atribuídas a cada país.
Mesmo que uma quota zero venha a ser decidida em Dezembro para esta espécie no mar do Norte, o que parece para já pouco provável, os pescadores portugueses não serão afectados directamente, de acordo com a Associação dos Armadores de Pesca Industrial. Como afirmou ao DN Pedro França, dirigente daquela associação, "a quota portuguesa, que permite pescar cinco mil toneladas anualmente, situa-se noutra zona", no mar de Barents, perto da Noruega, que não está incluída na proposta do CIEM.
O consumo de bacalhau em Portugal (ver caixa) também não deverá sofrer, diz aquele dirigente. "Importamos grandes quantidades da Rússia, Islândia e Noruega", adianta.
Quanto à adopção da moratória em Dezembro, Pedro França mostra-se céptico, já que ela afectaria essencialmente países do Norte da Europa, como Inglaterra ou Dinamarca, que têm um grande peso político na UE.
Fonte:Sapo
Desde há cinco anos que os cientistas desta organização avançam anualmente com a sugestão de proibir nesta região a captura do bacalhau, que está hoje classificado como espécie vulnerável. Mas, até hoje, a UE nunca acatou a proposta.
A primeira vez que o CIEM sugeriu uma moratória para a pesca do bacalhau no mar do Norte foi em 2002, mas a única coisa que conseguiu, a partir de 2004, foi a diminuição gradual das capturas, numa tentativa de ajudar à recuperação dos stocks. Aparentemente, sem sucesso também. De acordo com um relatório recente da WWF, se nada for feito, o bacalhau poderá desaparecer desta região dentro de 15 anos.
Para o corrente ano, por exemplo, o Conselho de Ministros das Pescas da UE aprovou uma quota global de 26,5 mil toneladas para os seus Estados membros. Resta saber se algo vai mudar em 2007. Mas isso só será decidido no Conselho de Ministros das Pescas de Dezembro.
Da parte da Comissão Europeia parece não haver para já mais do que a intenção de propor reduções globais de 33% nas capturas de espécies de fundo fragilizadas, em 2007 e, novamente, em 2008.
O Governo português reconhece, por seu lado, que a proposta do CIEM poderá afectar todos os Estados membros, entre eles Portugal, mas recusa comentá-la nesta fase. "Estamos ainda ao nível técnico- -científico do processo, em que se tornam públicas as propostas. Só numa fase política é que o Governo falará sobre o assunto", disse ao DN fonte do Ministério da Agricultura.
Após a apresentação do estudo ao Comité Científico da Comissão Europeia, será elaborada uma proposta concreta. No Conselho Europeu, esta será analisada e os países terão de se pronunciar. Até ao final de Dezembro serão definidas as quotas de pesca atribuídas a cada país.
Mesmo que uma quota zero venha a ser decidida em Dezembro para esta espécie no mar do Norte, o que parece para já pouco provável, os pescadores portugueses não serão afectados directamente, de acordo com a Associação dos Armadores de Pesca Industrial. Como afirmou ao DN Pedro França, dirigente daquela associação, "a quota portuguesa, que permite pescar cinco mil toneladas anualmente, situa-se noutra zona", no mar de Barents, perto da Noruega, que não está incluída na proposta do CIEM.
O consumo de bacalhau em Portugal (ver caixa) também não deverá sofrer, diz aquele dirigente. "Importamos grandes quantidades da Rússia, Islândia e Noruega", adianta.
Quanto à adopção da moratória em Dezembro, Pedro França mostra-se céptico, já que ela afectaria essencialmente países do Norte da Europa, como Inglaterra ou Dinamarca, que têm um grande peso político na UE.
Fonte:Sapo