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Piloto russo nega aviso turco. Ancara divulga gravação

kokas

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Set 27, 2006
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Aviões russos voltaram a atacar posições na área onde se deu incidente.
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O piloto sobrevivente do Sukhoi-24M russo abatido terça-feira por F-16 turcos por ter, alegadamente, entrado no espaço aéreo deste país, negou ontem ter recebido qualquer aviso antes do avião em que seguia ter sido alvejado, acabando por se despenhar.Citado pelas agências russas, Konstantin Murahtin declarou que "nem por um segundo" o Sukhoi entrou em espaço aéreo da Turquia, não tendo recebido qualquer tipo de advertência visual ou por rádio. "Esta é uma região que conhecemos como a palma da mão", disse o copiloto. Murahtin afirmou ainda que vai pedir "às chefias para permanecer na base" de Khmeimim por entender "ter uma dívida" para com o seu comandante, que terá sido alvejado a partir do solo depois de se ejetar do aparelho.Horas depois das declarações do piloto russo, as forças armadas turcas divulgaram o registo de gravações áudio para provar que o Sukhoi foi advertido antes de ser abatido. Numa ouve-se uma voz a dizer "fala a força aérea turca. Estão a aproximar-se do espaço aéreo turco. Dirijam-se para sul de imediato". No dia do incidente, o embaixador turco na ONU escreveu ao Conselho da Segurança uma carta explicando que dois Sukhoi "violaram o espaço aéreo" do seu país, em mais de "dois quilómetros, a uma altitude de 5791 metros" durante "17 segundos". O que foi logo desmentido pelo Ministério de Defesa russo, sendo afirmado ter sido o F-16 a violar a fronteira da Síria.O incidente, que opôs a Turquia, país membro da Aliança Atlântica, à Rússia, um dos principais aliados de Bachar al-Assad e que tem vindo a efetuar uma campanha aérea contra posições de grupos da oposição ao regime de Damasco.O Sukhoi foi abatido na sequência de um bombardeamento a posições de uma milícia turcomena na região de Latakia (ver texto nestas páginas.). Num aparente gesto de desafio, aviões de combate russos voltaram a bombardear ontem alvos próximos da área que fora atacada na terça-feira, disseram às agências elementos da oposição e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.Ameaças do KremlinEm resposta ao incidente, o presidente Vladimir Putin ordenou a deslocação para a base de Khmeimim do sistema de defesa antiaéreo S-300 e também da sua versão mais recente, o S-400 Triumf. Foi ainda anunciado que o cruzador Moskva, equipado com a versão naval dos S-300, vai ser colocado nas águas territoriais sírias.Putin advertiu que, se houver novos incidentes como aquele que envolveu o Sukhoi, Moscovo irá reagir de "forma diferente". Apesar das tensões Moscovo-Ancara, a Rússia "está pronta" a "formar um estado-maior comum" contra o Estado Islâmico, incluindo a França, EUA e Turquia, declarou ontem o embaixador russo em Paris.No plano político, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov afirmou ontem que todos os projetos de cooperação entre Moscovo e Ancara "vão ser analisados em detalhe", entre eles a construção da central nuclear de Akkuyu na Turquia. O acordo para a construção da central, a primeira no país, foi firmado em maio de 2010 e representa o maior investimento russo na Turquia.Um outro importante projeto é a construção do gasoduto conhecido sob a designação de Turkish Stream e ligando a Rússia a território turco através do Mar Negro, cuja negociação não se encontra finalizada.Ainda na terça-feira, o primeiro-ministro Dmitri Medvedev avisara que o abate do Sukhoi "pode levar ao fim dos projetos desenvolvidos em comum e levar a que muitas empresas turcas venham a perder as suas posições no mercado russo".Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que cancelou uma deslocação a Ancara, que estava agendada, manteve ontem um contacto telefónico com o homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, declarando posteriormente que Moscovo "não vai desencadear uma guerra" contra aquele país. Insistiu, contudo, na tese de uma "provocação planeada".Moscovo aconselhou terça-feira, os operadores turísticos a cancelarem viagens para a Turquia. Os russos representam o segundo maior grupo, por nacionalidades, após os alemães, a visitarem aquele país.A embaixada da Turquia em Moscovo foi atacada ontem por cerca de 500 indivíduos ligados aos ultranacionalistas do Partido Democrata Liberal da Rússia, dirigido por Vladimir Jirinovski. Os manifestantes agitavam bandeiras russas e sírias, tendo apedrejado o edifício e queimado bandeiras turcas. O edifício foi igualmente alvejado com ovos e tomates, enquanto se ouviam gritos de "voltamos amanhã!".


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