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Roter.Teufel

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Polémica na véspera das autárquicas em São Paulo: Candidato usa atestado falso para acusar adversário de ser drogado

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Pablo Marçal publicou nas redes sociais um suposto relatório médico que provaria que Guilherme Boulos teria sido viciado em cocaína.

Um novo e grave episódio marca a reta final da campanha para as eleições autárquicas brasileiras deste domingo. Um dos candidatos a autarca da maior cidade do país, São Paulo, divulgou um relatório médico falso atestando que o principal adversário faz uso de drogas, e com o visado a pedir à justiça a prisão imediata do acusador.

Mais uma vez, no centro da nova crise está Pablo Marçal, candidato da extrema-direita que não obstante as acusações de estar ligado ao crime organizado e a ofensas de cunho pessoal que fez ao longo de toda a campanha contra os adversários ocupa a terceira posição nas sondagens, com grandes probabilidades de passar a segundo e disputar a segunda volta, dia 27.

Esta sexta-feira, Pablo Marçal publicou nas redes sociais um suposto relatório médico que provaria que o líder das sondagens, o elemento de esquerda Guilherme Boulos, apoiado por Lula da Silva, é, ou pelo menos teria sido, viciado em cocaína, e que por isso não estaria em condições de governar a maior cidade brasileira, de 12,5 milhões de habitantes.

O documento comprovaria um encaminhamento de Boulos em 2021 para uma emergência psiquiátrica, com pedido de internação para tratamento do vício em droga.

A farsa não durou muito tempo, pois a antiga secretária do médico que assina o relatório veio a público dizer que o clínico, além de já ter morrido, nunca trabalhou na clínica citada no documento, e enviou outros pareceres assinados pelo ex-chefe, mostrando que a assinatura exibida por Marçal é falsa.

Além disso, a clínica pertence a uma pessoa ligada ao próprio Marçal, e o proprietário já foi condenado por ter falsificado um diploma que atestava falsamente ter concluído o curso de Medicina.

Guilherme Boulos veio a público na madrugada deste sábado desmentir veementemente a acusação de vício em cocaína e anunciou que os seus advogados iriam pedir nas próximas horas a prisão em flagrante de Pablo Marçal e a impugnação da candidatura dele.

O TRE-SP, Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, já determinou a exclusão imediata do falso relatório de todas as redes sociais, mas outras eventuais punições a Marçal só deverão ocorrer após a votação de domingo.

De acordo com sondagem divulgada pelo Instituto Datafolha, Guilherme Boulos lidera a disputa em São Paulo com 26%, seguido pelo atual autarca e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, e por Pablo Marçal, ambos com 24%. Mas Marçal parece em vantagem, pois subiu três pontos em uma semana, de 21% para 24%, enquanto Nunes, que liderava com 27%, caiu três pontos no mesmo período.

Ao longo da campanha eleitoral, Pablo Marçal, que já foi preso e condenado por burla, protagonizou muitas situações delicadas, onde chamou os seus adversários por alcunhas pejorativas, acusando-os de irregularidades e crimes comuns sem nunca apresentar provas, e sendo um motivo de polémica durante os debates eleitorais promovidos pelas principais emissoras de televisão.

Num deles, da Tv Cultura, Marçal chegou a ser agredido com uma cadeira por outro candidato, o jornalista José Luiz Datena, depois de o acusar insistentemente de um crime sexual.

Este domingo, quase 156 milhões de eleitores poderão escolher os presidentes de câmara e os vereadores em mais de 5500 cidades brasileiras. Em 103 cidades com mais de 200 mil eleitores, se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta, ou seja, metade mais um dos votos válidos, haverá segunda volta, como tudo indica que acontecerá em São Paulo.

Correio da Manhã
 
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