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- Set 24, 2006
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Investigação da RTP deteta carne de cavalo em grandes distribuidores
A RTP descobriu dois casos de produtos com carne de cavalo à venda em Portugal. Em causa estão uma marca de hambúrgueres congelados e outra de lasanha. Os produtos foram comprados por dois grandes distribuidores, que já foram contactados pela RTP e de quem se esperam agora reações.
Para a sua investigação, a RTP comprou seis produtos em grandes superfícies na área da Grande Lisboa e entregou amostras anonimizadas à empresa Biopremier. Os resultados foram supreendentes: O hambúrguer que deveria ser bovino revelou presença de ADN de cavalo e de porco; a lasanha que deveria conter carne de vaca e de porco tem afinal também carne de cavalo; e as almôndegas de carne de vaca revelaram ter vestígios de carne de suíno.
O facto de metade das amostras apresentadas para análise pela RTP conterem carne diferente do que a que estava rotulada não supreendeu os investigadores da Biopremier, que estão habituados a obter estes reultados nos últimos dias. "Neste caso em particular, não posso dizer que tenha ficado supreendido por ter havido deteção de carne de cavalo", revelou à RTP Mário Gadanho.
Ações de fiscalização originam processos-crime
Nos últimos dias, a ASAE tem anunciado uma série de ações de fiscalização com vista a acompanhar "a introdução e comercialização de carne de cavalo em produtos alimentares disponíveis no mercado nacional". Segundo a autoridade de segurança alimentar, essas ações têm em vista "identificar eventuais indícios de fraude económica, proteger os direitos dos consumidores e combater riscos para a saúde pública".
A 19 de fevereiro, num primeiro comunicado, a ASAE garantia que "em resultado da vigilância do mercado e das análises realizadas pela ASAE, foram detetadas situações pontuais de vestígios de carne de cavalo em preparados de carne e produtos à base de carne, que foram apreendidos e retirados, de imediato, do mercado".
Num segundo comunicado, divulgado ontem, a ASAE anunciava a apreensão numa cadeia de distribuição de retalho de 12.410 embalagens de lasanha de bovino contendo carne de cavalo, com a marca Euroshopper, "produzida no Luxemburgo, com matéria-prima proveniente da Roménia e distribuída em diversos mercados europeus".
No comunicado de ontem, a ASAE acrescentava que "a sequência das operações de fiscalização e análise laboratorial, foram apreendidos, devido a infração económica relacionada com irregularidades de rotulagem, mas sem riscos para a saúde pública, 40.691 kg de preparados de carne e produtos à base de carne numa indústria de transformação e 5666 embalagens de preparados de carne e produtos à base de carne em estabelecimentos de retalho".
E terminava informando: "No contexto destas operações, e de um total de 50 análises realizadas, a ASAE instaurou, ainda, três processos-crime por fraude económica, e contraordenações por irregularidades de rotulagem, cujas investigações se encontram em curso". Neste comunicado, a ASAE não informa com precisão as datas, os produtos e os lotes afetados, pelo que os consumidores podem ter em casa e estar a consumir alguma desta carne já retirada do mercado.
Marcas, lotes e locais não são ainda conhecidos
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASAE revelava esta sexta-feira ainda uma nova ação daquela autoridade, novamente sem quaisquer referências concretas aos locais da apreensão: "Apreendemos mais 45 mil quilos de carne, em que suspeitamos que também possa haver presença de carne de cavalo. Depois houve também mais 6.600 embalagens que podem eventualmente vir a revelar carne de cavalo", disse António Nunes.
No sentido de poder informar os consumidores, a RTP enviou, no passado dia 13 de fevereiro, para o Ministério da Economia e Emprego duas perguntas dirigidas à ASAE, que passados nove dias ainda não receberam qualquer resposta, apesar das insistências. As perguntas eram as seguintes: "1 - Quais foram exactamente as ações de fiscalização ou de análise laboratorial efectuadas pela ASAE no sentido de detetar eventual contaminação de produtos à venda em Portugal com carne de cavalo? No caso de ter havido análises laboratoriais, elas foram feitas a que produtos, a que lotes e em que datas? 2 - A ASAE foi informada recentemente por qualquer empresa a operar em Portugal da retirada de produtos de carne do mercado, o chamado silent recall? Se sim, por que empresas, que produtos, em que datas e quais as razões invocadas?".
Até ao momento da publicação deste trabalho de investigação da RTP, não foram recebidos quaisquer esclarecimentos da ASAE neste sentido, pelo que não é possível conhecer a verdadeira extensão dos efeitos desta fraude, que envolve a rotulagem de produtos como sendo de carne de bovino e que acabam por ter outro tipo de carne misturada, como as análises efetuadas a pedido da RTP revelam. Esta manhã, a RTP solicitou à ASAE, nos termos da Lei que regula o acesso aos documentos da administração, o acesso a todos os documentos que permitam responder às questões já colocadas a 13 de fevereiro.
(com António Granado)
Fonte RTP
A RTP descobriu dois casos de produtos com carne de cavalo à venda em Portugal. Em causa estão uma marca de hambúrgueres congelados e outra de lasanha. Os produtos foram comprados por dois grandes distribuidores, que já foram contactados pela RTP e de quem se esperam agora reações.
Para a sua investigação, a RTP comprou seis produtos em grandes superfícies na área da Grande Lisboa e entregou amostras anonimizadas à empresa Biopremier. Os resultados foram supreendentes: O hambúrguer que deveria ser bovino revelou presença de ADN de cavalo e de porco; a lasanha que deveria conter carne de vaca e de porco tem afinal também carne de cavalo; e as almôndegas de carne de vaca revelaram ter vestígios de carne de suíno.
O facto de metade das amostras apresentadas para análise pela RTP conterem carne diferente do que a que estava rotulada não supreendeu os investigadores da Biopremier, que estão habituados a obter estes reultados nos últimos dias. "Neste caso em particular, não posso dizer que tenha ficado supreendido por ter havido deteção de carne de cavalo", revelou à RTP Mário Gadanho.
Ações de fiscalização originam processos-crime
Nos últimos dias, a ASAE tem anunciado uma série de ações de fiscalização com vista a acompanhar "a introdução e comercialização de carne de cavalo em produtos alimentares disponíveis no mercado nacional". Segundo a autoridade de segurança alimentar, essas ações têm em vista "identificar eventuais indícios de fraude económica, proteger os direitos dos consumidores e combater riscos para a saúde pública".
A 19 de fevereiro, num primeiro comunicado, a ASAE garantia que "em resultado da vigilância do mercado e das análises realizadas pela ASAE, foram detetadas situações pontuais de vestígios de carne de cavalo em preparados de carne e produtos à base de carne, que foram apreendidos e retirados, de imediato, do mercado".
Num segundo comunicado, divulgado ontem, a ASAE anunciava a apreensão numa cadeia de distribuição de retalho de 12.410 embalagens de lasanha de bovino contendo carne de cavalo, com a marca Euroshopper, "produzida no Luxemburgo, com matéria-prima proveniente da Roménia e distribuída em diversos mercados europeus".
No comunicado de ontem, a ASAE acrescentava que "a sequência das operações de fiscalização e análise laboratorial, foram apreendidos, devido a infração económica relacionada com irregularidades de rotulagem, mas sem riscos para a saúde pública, 40.691 kg de preparados de carne e produtos à base de carne numa indústria de transformação e 5666 embalagens de preparados de carne e produtos à base de carne em estabelecimentos de retalho".
E terminava informando: "No contexto destas operações, e de um total de 50 análises realizadas, a ASAE instaurou, ainda, três processos-crime por fraude económica, e contraordenações por irregularidades de rotulagem, cujas investigações se encontram em curso". Neste comunicado, a ASAE não informa com precisão as datas, os produtos e os lotes afetados, pelo que os consumidores podem ter em casa e estar a consumir alguma desta carne já retirada do mercado.
Marcas, lotes e locais não são ainda conhecidos
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASAE revelava esta sexta-feira ainda uma nova ação daquela autoridade, novamente sem quaisquer referências concretas aos locais da apreensão: "Apreendemos mais 45 mil quilos de carne, em que suspeitamos que também possa haver presença de carne de cavalo. Depois houve também mais 6.600 embalagens que podem eventualmente vir a revelar carne de cavalo", disse António Nunes.
No sentido de poder informar os consumidores, a RTP enviou, no passado dia 13 de fevereiro, para o Ministério da Economia e Emprego duas perguntas dirigidas à ASAE, que passados nove dias ainda não receberam qualquer resposta, apesar das insistências. As perguntas eram as seguintes: "1 - Quais foram exactamente as ações de fiscalização ou de análise laboratorial efectuadas pela ASAE no sentido de detetar eventual contaminação de produtos à venda em Portugal com carne de cavalo? No caso de ter havido análises laboratoriais, elas foram feitas a que produtos, a que lotes e em que datas? 2 - A ASAE foi informada recentemente por qualquer empresa a operar em Portugal da retirada de produtos de carne do mercado, o chamado silent recall? Se sim, por que empresas, que produtos, em que datas e quais as razões invocadas?".
Até ao momento da publicação deste trabalho de investigação da RTP, não foram recebidos quaisquer esclarecimentos da ASAE neste sentido, pelo que não é possível conhecer a verdadeira extensão dos efeitos desta fraude, que envolve a rotulagem de produtos como sendo de carne de bovino e que acabam por ter outro tipo de carne misturada, como as análises efetuadas a pedido da RTP revelam. Esta manhã, a RTP solicitou à ASAE, nos termos da Lei que regula o acesso aos documentos da administração, o acesso a todos os documentos que permitam responder às questões já colocadas a 13 de fevereiro.
(com António Granado)
Fonte RTP