Portal Chamar Táxi

Queiroz e Bento: 1h e 10 separa-os:

mirror

In Memoriam
Entrou
Mar 13, 2007
Mensagens
23,548
Gostos Recebidos
0
ng1354183.jpg


Mudou muita coisa no pós-Queiroz. Uma delas é o tempo das palestras: de hora e meia passou a 20 minutos.

A viagem da selecção nacional à Islândia confirmou mudanças radicais na relação entre jogadores e equipa técnica, uma consequência directa da troca de Carlos Queiroz por Paulo Bento.

Ao que o DN apurou, uma das mais marcantes para os atletas está relacionada com a palestra antes dos jogos, que é agora substancialmente mais curta e humanizada. De facto, com o ex-treinador duravam cerca de uma hora e meia, tendo agora passado para... 20 minutos.

A mensagem de Paulo Bento é mais curta e directa, com uma componente bastante emocional, como prova o que disse aos jogadores antes da partida com os islandeses (que a equipa nacional venceu por 3-1), na qual evocou o técnico de equipamentos António Gonçalves, que não viajou com a comitiva por causa da morte do seu pai. O técnico pediu-lhes para transformarem a dor do companheiro e amigo de longa data numa vitória.

A proximidade entre futebolistas e equipa técnica é, segundo outra fonte contactada pelo DN, "bastante maior". Na prática, Paulo Bento tem um "relacionamento mais forte" com os atletas, sendo frequentes as conversas não só sobre aspectos do jogo, mas "também relativamente a questões pessoais". Desta forma, as indicações dadas pelo ex-treinador do Sporting "são aceites por todos, de forma natural".

Já com Carlos Queiroz havia maior distanciamento e há até um pormenor elucidativo em relação a esta questão, pois como se sabe Julian Ward (técnico responsável pela observação de jogos dos adversários) era inglês e não falava uma palavra de português. Por essa razão, em muitas ocasiões, o ex-seleccionador tinha conversas expressando-se exclusivamente em inglês, deixando por isso à margem aqueles que não dominavam o idioma.

As regras de funcionamento do grupo eram também muito mais rígidas com o anterior seleccionador. Um exemplo claro tem a ver com o período para as refeições que passaram agora a ser mais longos, durante os quais se convive mais e até há espaço para algumas brincadeiras, algo que não acontecia com Queiroz, em que os jogadores eram os primeiros a tomar as refeições e só depois é que os outros elementos da comitiva se podiam sentar à mesa.

Aliás, com o anterior seleccionador havia horas certas para as refeições, que os jogadores tinham de cumprir escrupulosamente. Isto para já não falar no horário do despertar - 8.00 horas quando havia treino de manhã e 9.00 quando a sessão era apenas à tarde. Além disso, eram os seguranças da comitiva que estavam encarregues de acordar os atletas, uma situação a que Paulo Bento decidiu colocar ponto final.

É que o actual técnico prefere responsabilizar os jogadores pelas horas a que têm de acordar. Por exemplo, na noite em que a comitiva chegou à Islândia, o treinador informou os atletas que podíam acordar à hora que quisessem desde que se apresentarem para almoçar entre as 13.00 e as 13.30. Para as outras refeições, a margem de meia-hora manteve-se.

Outro factor destacado pelas fontes contactadas pelo DN, é a maior ligação e cumplicidade de Paulo Bento com os seus adjuntos, resultado de já trabalharem juntos há já alguns anos, no Sporting. No caso de Queiroz, havia um maior distanciamento ainda que o técnico conhecesse Agostinho Oliveira há muitos anos, mas faltava-lhes "a rotina de trabalho em conjunto", frisaram.

DN
 
Topo