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Quem foi o Comendador Rui Nabeiro

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Comendador Rui Nabeiro



Manuel Rui Azinhais Nabeiro nasceu a 28 de Março de 1931 na vila alentejana de Campo Maior, no seio de uma família humilde. Começou a trabalhar por volta dos 12 anos. Ajudava a mãe numa pequena mercearia e o pai e os tios na torra do café, numa época em que se sentiam os efeitos da guerra civil em Espanha e a zona raiana era lugar de contrabando.



Comendador Rui Nabeiro



Rui Nabeiro no Centro de Ciência do Café em Campo Maior


Aos 17 anos, após a morte do pai, assumiu os destinos da pequena torrefação familiar. Para fazer crescer a empresa, fomentou a venda de café em Espanha, constituindo depois, em sociedade com os seus tios, a Torrefação Camelo.


Venderia mais tarde a sua participação aos familiares, criando em 1961 a sua própria empresa, a Delta Cafés, que além dum pequeno armazém de mercearias, logo se iniciou na torra do café. Nascia assim a marca Delta, que passados poucos meses se distribuía em todo o país, abrindo um entreposto comercial em Lisboa, em 1963, e outro no Porto, em 1964.


Antes do 25 de abril de 1974, e por duas vezes, Rui Nabeiro foi nomeado presidente da Câmara Municipal de Campo Maior em 1962 e em 1972. Voltaria a exercer o cargo em 1977, então por sufrágio universal, sendo reeleito duas vezes e mantendo-se no cargo até 1986.


Empresário líder no mercado dos cafés, constituiu em 1982 a Novadelta e, em 1984, criou uma nova fábrica de torrefação, na altura a maior da Península Ibérica. Em 1988 criou a holding Nabeirogest, através da qual soma, atualmente, investimentos no ramo agrícola e vitivinícola, na distribuição alimentar e de bebidas, no retalho automóvel, no comércio imobiliário e na hotelaria.


A 9 de Junho de 1995 o Presidente da República Mário Soares atribuiu-lhe o grau de comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial, e a 5 de Janeiro de 2006 o Presidente Jorge Sampaio distinguiu-o como comendador da Ordem do Infante D. Henrique.


Em 2007 inaugurou o Centro Educativo Alice Nabeiro, para dar resposta às necessidades extra-escolares das crianças de Campo Maior. Com o patrocínio da Delta a Universidade de Évora criou, em 2009, a Cátedra Rui Nabeiro, destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade.


Hoje, mais de meio século após a fundação da Delta Cafés, o grupo empresarial liderado por Manuel Rui Azinhais Nabeiro emprega cerca de 3.500 colaboradores e os seus negócios estendem-se por vários pontos do mundo.




APE
 

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Como Rui Nabeiro criou um império numa pequena vila alentejana



Começou aos 17 anos com seis trabalhadores. No seu comando, a Delta transformou-se num império.



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Asua história parece ser montada com aqueles lugares comuns que descrevem os heróis. Uma pequena terra no interior, uma família pobre e sem estudos, um negócio que nasce do zero e conquista o país. Mas a verdade é que, num mundo de empresários e de self-made men, Rui Nabeiro quis quebrar o cliché e provou ser um patrão com coração.


O fundador do Grupo Delta morreu este domingo, 19 de março, aos 91 anos, vítima de doença respiratória, mas deixa uma história de superação e que começou a ser escrita aos 14 anos, quando tomou o seu primeiro café. Nasceu e viveu em Campo Maior, no Alentejo. A mãe não sabia ler nem escrever e o pai aprendeu na tropa a fazer a sua assinatura apenas para poder tirar a carta de condução


“Os meus avós maternos viviam praticamente no sítio onde temos hoje a fábrica, mas numa barraquinha. Viviam os dois do campo. Os meus pais já tiveram uma mercearia proporcionada pelo patrão do meu pai, um lavrador e médico de quem foi motorista durante anos e anos.


Chamava-se ‘Alimentação e Salsicharia Srª Maria Azinhais’. Os meus pais foram extraordinariamente eficazes no equilíbrio da vida da família e puderam proporcionar aos filhos a escola. Muitos não iam — e esses é que eram os verdadeiros pobres”, revelou numa entrevista ao “Expresso”.


Era um de cinco irmãos, nenhum foi além da instrução primária. Terminada a quarta classe, era hora de se dedicarem ao trabalho. Nabeiro dedicou-se ao comércio e, mais tarde, lançou-se em voos mais altos.


Os tios, como muitos que trabalhavam junto à fronteira, dedicaram-se ao contrabando de café. Inicialmente, levavam o café ainda verde e, mais tarde, perceberam que poderiam processá-lo ali mesmo, na pequena localidade alentejana.


“A primeira marca foi a Cubana. O meu tio Joaquim trouxe a ideia de Espanha. Depois, outro tio, João — que gostava muito de imitar e lutar com o irmão — criou a Cubano, que ainda existe. A Cubana foi perseguida pela [Inspeção das] Atividades Económicas e vendeu a marca, mas nós já tínhamos a Camelo na retaguarda. A Cubana entretanto abriu falência, mas já tenho essa marca em meu poder, para matar saudades e em homenagem ao meu tio Joaquim”, explicou.


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Nabeiro e a sua mulher


Acabaria por ser Rui Nabeiro a dedicar-se ao negócio e à sua expansão. Em 1961 criou a marca Delta, apenas com a ajuda de três funcionários, então reformados. Havia pouco dinheiro para distribuir, mas o cenário rapidamente se tornaria mais favorável. “Comecei com três empregados, mas continuei a trabalhar para a Camelo: levantava-me às 3h30 da manhã e ia para lá. Os três empregados eram reformados, dois da GNR e um da Guarda Fiscal. Um era familiar, outro conhecido e o terceiro vizinho; pagava-lhes pouco porque tinha pouco e eles também ganhavam da reforma.”


A marca cresceu, sobretudo graças ao café que trazia de Angola. Nas décadas que se seguiram, a Delta foi cobiçada pelas grandes multinacionais, da Nestlé à Pepsi. Nunca lhe passou pela cabeça vender.


Fez sempre questão de manter a sede da marca em Campo Maior, vila onde chegou a ser presidente da câmara, antes e depois do 25 de abril.


O que começou por ser um pequeno armazém com 50 metros quadrados, expandiu-se e hoje, além do café, o grupo empresarial diversificou-se para outras áreas, da vitivinicultura à hotelaria.


“Não a erguia em mais lado nenhum”, frisou Rui Nabeiro. “Começámos seis a trabalhar e agora são cerca de 3800 trabalhadores, praticamente todos aqui da vila”.


Sobre o seu legado e o futuro da empresa, depois da sua morte, foi sempre muito claro sobre a sua filosofia e a continuidade. “Ainda não morri, só nesse dia é que [os meus filhos] herdam. Ou concordam ou respeitam, não estou dentro deles”, explicou, sem receios de mudanças radicais. “Tenho o filho, a filha, os netos, e há um respeito por aquilo que se tem feito, pelo trabalho e luta. Eles têm orgulho. Não é por a pessoa ir-se embora que se mudam as coisas.”




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Rui Nabeiro emocionado: "Esta distinção é um impulso para ajudar as pessoas da minha terra e não só”!



Rui Nabeiro emocionado: "Esta distinção é um impulso para ajudar as pessoas da minha terra e não só”!



O empresário Rui Nabeiro recordou hoje, na Universidade de Coimbra (UC), “a pobreza e o analfabetismo” que grassavam em Campo Maior na sua juventude, ao ser distinguido com o grau de doutor “honoris causa” da instituição.


Na Sala dos Capelos, perante o reitor da UC, Amílcar Falcão, que presidiu à cerimónia, e o claustro doutoral, o dono do grupo empresarial dos Cafés Delta manifestou-se “profundamente sensibilizado” com a homenagem.


Manuel Rui Azinhais Nabeiro, de 91 anos, expressou, no início do ritual académico, “a honra de ser doutorado” a título honorífico pela mais antiga universidade portuguesa, fundada pelo rei D. Dinis, em 1290.


O candidato, prestes a receber das mãos do reitor as insígnias de doutor pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), confessou que esta distinção “foi um sonho” que nunca lhe “passou pela cabeça” desde a infância, na vila de Campo Maior, no Alto Alentejo.


“O momento é de emoção. Revejo pessoas que marcaram a minha vida para sempre”, afirmou, com palavras de gratidão aos antepassados, especialmente os seus pais, e em geral à família, amigos, conterrâneos e trabalhadores do grupo Delta.


A distinção hoje recebida será “um impulso feliz e generoso para continuar a minha já longa caminhada”, sublinhou.


As “desigualdades sociais e dificuldades” dos conterrâneos do Alto Alentejo, durante a ditadura de Salazar, na primeira metade do século XX, junto à fronteira com Espanha, então vigiada pelos carabineiros do general Franco, deram-lhe “uma imensa vontade de fazer algo diferente” para si e para os outros.


“Principalmente, ajudar as pessoas da minha terra e não só”, acentuou Rui Nabeiro.


Recordando “a pobreza, o analfabetismo e a falta de assistência médica que imperavam” entre os vizinhos, na infância e na juventude, o novo doutor pela Universidade de Coimbra explicou que essa vivência veio a determinar o seu percurso de cidadão e empresário.


“Sou um homem que sonho todos os dias em fazer algo de diferente”, disse.


No desfile tradicional que antecedeu a distinção, ao som da música da charamela, com os instrumentistas trajados a rigor, Rui Nabeiro foi acompanhado pela ministra da Coesão Territorial e professora da FEUC, Ana Abrunhosa, que o amparou na curta caminhada entre a Biblioteca Joanina e a Sala dos Capelos.


O elogio do apresentante (o “padrinho”, que não usa da palavra neste ritual), o catedrático jubilado Carlos Fortuna, coube a outra professora da FEUC, Margarida Mano, ex-vice-reitora da UC e antiga ministra da Educação, no segundo Governo (de breve duração) de Pedro Passos Coelho, em 2015.


António Martins, professor da Faculdade de Economia, proferiu o discurso de elogio do doutorando.


DC
 

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Nabeiro já dá nome a avenida de Badajoz



Cidade espanhola homenageou o empresário alentejano, presidente dos Cafés Delta. Badajoz passa a ter a "Avenida de Manuel Rui Nabeiro (28 de março de 1931), empresário ibérico", como se lê na placa


Rui Nabeiro - Gala 20 anos da SIC Foto: Lux/Artur Lourenço




A cidade espanhola de Badajoz distinguiu esta quinta-feira o português Manuel Rui Nabeiro pela contribuição do empresário nas relações económicas e comerciais transfronteiriças de Portugal com Espanha.


Presidente do grupo Cafés Delta, o empresário assumiu sentir “orgulho” e “felicidade” pelo reconhecimento por parte de Badajoz. Porque se considera em "dívida" para com a cidade espanhola, pelo que responderá "dia a dia" a esta homenagem.


De acordo com a agência noticiosa espanhola EFE, além do contributo nas relações económicas e comerciais transfronteiriças, o empresário português beneficiou Badajoz por ter decidido localizar a filial espanhola do grupo Cafés Delta nesta cidade.


Na cerimónia de homenagem ao português, o autarca de Badajoz, Francisco Javier Fragoso, destacou o grande número de famílias das localidades portuguesas de Elvas e Campo Maior (distrito de Portalegre), assim como da cidade de Badajoz, que encontraram trabalho no grupo empresarial.


Francisco Javier Fragoso sublinhou ainda o "compromisso social" do empresário português, que investe parte dos lucros do grupo empresarial para este fim.


Neste sentido, a cidade espanhola de Badajoz decidiu dar o nome de Manuel Rui Nabeiro a uma das avenidas junto ao recinto onde se realiza a feira hispânico-portuguesa FEHISPOR.



Quando os empresários vierem aos eventos que vejam o nome de um empresário que Badajoz considera daqui", foi o propósito da homenagem, segundo o autarca de Badajoz.


"Avenida de Manuel Rui Nabeiro (28 de março de 1931), empresário ibérico" é o que se lê na placa de sinalização, que foi inaugurada no mesmo dia em que arranca a edição deste ano da FEHISPOR.


tvi
 

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Rui Nabeiro distinguido com grande prémio de carreira​

Rui Nabeiro distinguido com grande prémio de carreira



O fundador do grupo Delta, Rui Nabeiro, foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement da Deloitte, prémio que o empresário considera uma distinção que fica ligada “à minha alma e coração”.

Distinguido com o prémio de Lifetime Achievement na edição 30º dos Investor Relations & Governance Awards da Deloitte, Rui Nabeiro, de 86 anos, é o fundador da Delta Cafés, marca criada em 1961 e amplamente reconhecida tanto a nível nacional como a nível internacional.


Atualmente, o Grupo Nabeiro/Delta Cafés conta com 25 empresas em diversos setores, desde Indústria e Serviços, Comércio, Agricultura, Imobiliário e Hotelaria e Distribuição.


“É verdade que nasci numa terra do interior. Mas também fui bafejado pela sorte por causa da fronteira com Espanha. Tive uma lição de trabalho e uma lição de amor. E é essa a mensagem que quero transmitir. A minha mensagem é de amor e carinho. O meu dia-a-dia é a pensar nos outros”, palavras de Rui Nabeiro, depois da entrega do prémio.


DC
 
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