Portal Chamar Táxi

Notícias Renamo quer "anulação imediata" das eleições moçambicanas e governo provisório

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
55,711
Gostos Recebidos
1,582
Renamo quer "anulação imediata" das eleições moçambicanas e governo provisório

img_932x621uu2024-10-12-13-16-04-1767754.jpg


Presidente do partido afastou o envolvimento do partido em manifestações pós-eleitorais, violentas, que se tem verificado por todo o país.

O presidente Renamo, Ossufo Momade, principal partido da oposição de Moçambique, exigiu, esta segunda-feira, a "anulação imediata" das eleições de 9 de outubro e a criação de um "governo provisório", até que se façam novas eleições.

"Estamos aqui para solicitar a anulação imediata deste processo eleitoral. Aos olhos de todos e da comunidade internacional somos unânimes em afirmar que o mesmo não refletiu a vontade legítima do povo por vários motivos que são por todos nós conhecidos", disse Ossufo Momade, em conferência de impressa, em Maputo.

Segundo o também candidato presidencial, um dos quatro que concorreu em outubro à sucessão de Filipe Nyusi, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a exigência da anulação das eleições, "não deslegitima a voz do povo, mas assegura que essa voz seja ouvida de forma clara e inquestionável".

"Nossa exigência de anulação não é uma ação leviana ou motivada por interesses pessoais ou partidários. Pelo contrário, é um apelo à ética, à justiça e à verdade", disse Ossufo Momade, acrescentando que há evidências que apontam para práticas que comprometem o processo eleitoral.

O dirigente afastou o envolvimento do partido em manifestações pós-eleitorais, violentas, que se tem verificado por todo o país.

"Renamo é por manifestações pacíficas, sem derramamento de sangue", disse, e apelou ao envolvimento de instituições representantes do povo, para o cessar essa violência.

"É tempo da Assembleia da República se reunir em defesa do povo que diz representar. Igualmente, a PGR [Procuradoria-Geral da República], instituição de defesa do pacato cidadão nada diz sobre a morte de muitos cidadãos moçambicanos, pela polícia, que se diz apartidária e Republicana", afirmou, classificando a atuação policial sobre os manifestantes como uma "chacina".

Mencionou várias irregularidades ocorridas nas eleições, como o enchimento de boletins de votos ou falsificação de editais, pedindo a criação de um Governo de gestão provisório: "Pelo bem da democracia e da estabilidade social, pelo resgate da confiança nas instituições de justiça e de administração eleitoral, a Renamo propõe a criação de um Governo de gestão que irá assegurar o pleno funcionamento das instituições enquanto nos preparamos para a realização de eleições livres, justas e transparentes".

Pelo menos 25 pessoas morreram e outras 26 foram baleadas em cinco dias de manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais em Moçambique, indica uma atualização da plataforma eleitoral Decide, divulgada hoje.

As mortes e baleamentos ocorreram entre 13 e 17 de novembro, em pelo menos cinco províncias moçambicanas, durante a quarta etapa de paralisações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta a vitória de Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), que venceu com 70,67% dos votos, de acordo com os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Segundo a plataforma de monitorização eleitoral, houve ainda 135 detenções em Moçambique na sequência dos protestos, a maior parte das quais registadas na Zambézia, centro do país, com um total de 25 detidos.

De acordo com a comunicação social local, pelo menos sete pessoas morreram na noite de sexta-feira, após serem atropeladas durante protestos na província de Maputo.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a polícia para obter mais informações sobre este caso.

Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar com 20,32% dos votos, segundo a CNE, afirmou não reconhecer os resultados das eleições, que deverão ainda ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, que não tem prazos para o fazer e ainda está a analisar o contencioso.

Após protestos que paralisaram o país nos dias 21, 24 e 25 de outubro, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo em 07 de novembro, que provocou o caos na capital, com registo de mortos, barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia, para dispersar.

Correio da Manhã
 
Topo