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Rouba seis taxistas mas escapa à prisão

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RoterTeufel

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Coimbra: Pena de cinco anos e meio de cadeia foi reduzida e suspensa
Rouba seis taxistas mas escapa à prisão


Os taxistas eram chamados a meio da madrugada. ‘José’ entrava no carro, umas vezes sozinho, outras com cúmplices, e ordenava ao motorista que fosse até qualquer bairro periférico de Coimbra. Durante o percurso, ameaçava o taxista de morte com uma navalha ou uma pistola, e roubava-lhe todo o dinheiro, telemóveis e as chaves do carro.

Foi assim pelo menos seis vezes, só num mês, até ser preso pela PSP, aos 18 anos. Em Março foi condenado a cinco anos e meio de prisão – mas, agora, o Supremo Tribunal de Justiça livrou-o da cadeia por ser muito jovem.

A sentença da primeira instância andou de recurso em recurso até que o Supremo reduziu a condenação do assaltante para quatro anos – o que já permite suspender a pena, livrando o condenado da cadeia.

O primeiro dos seis roubos de ‘José’ teve lugar a 14 de Março de 2008, a dois dias de completar os 18 anos. Entrou no táxi com um amigo, pelas 02h00, e pediu que os levasse ao Bairro do Ingote.

Chegados ao destino, encostaram uma navalha ao motorista e fugiram com o dinheiro, um telemóvel, uma calculadora e as chaves da viatura. A este, seguiram-se mais cinco assaltos, sempre da mesma forma, mas com protagonistas e armas diferentes. Só ‘José’ participou em todos. Estava dependente do consumo de drogas duras e viu neste expediente uma forma de alimentar o vício.

O medo instalou-se nas praças de táxis. E os motoristas, aterrorizados, interrogavam-se a toda a hora: 'Quem será o próximo?' Até que, na madrugada de 16 de Abril, o plano para a fuga de mais um roubo falhou. Um cúmplice não apareceu no local indicado para transportar ‘José’ e o jovem ladrão foi detido.

Confessou e ajudou a identificar os outros assaltantes. Condenado à pena de cinco anos e seis meses de prisão, por cinco crimes de roubo qualificado e um de roubo simples, beneficia agora da decisão do Supremo. E já pode deixar a prisão domiciliária para regressar à liberdade.

REDUÇÃO DE PENA DIVIDE MAGISTRADOS

A juventude do arguido, a confissão e o arrependimento demonstrados, o facto de ser primário e de estar fragilizado pela toxicodependência foram os principais factores que levaram os juízes do Supremo a dar-lhe "uma oportunidade para refazer a vida". Mas dois conselheiros votaram vencidos. Santos Carvalho, um deles, destaca o alarme social que os crimes com arma provocam. Na sua opinião, mais importante é o facto de o jovem revelar ser "destemido e que não hesita em enfrentar as vítimas com armas letais de agressão, a coberto da noite e acompanhado de outros marginais".

PORMENORES

CONDIÇÕES

Para manter a pena suspensa, o arguido vai agora ter de indemnizar os lesados pelos prejuízos que lhes causou.

SUICÍDIOS

O aumento do número de suicídios nas cadeias – 16 este ano – foi um dos argumentos invocados pelo Supremo Tribunal para suspender a pena.

ABANDONO ESCOLAR

O arguido deixou a escola aos 15 anos e começou a consumir drogas um ano depois. Reside com os avós maternos e tem estado em prisão domiciliária.

VÍTIMAS ENTRE A COMPREENSÃO E A REVOLTA COM A DECISÃO

A suspensão da pena de prisão ao assaltante de 18 anos causou reacções diversas nos taxistas que foram roubados. 'Há um sentimento de revolta muito grande', afirmou ao CM João Amaro, 62 anos, queixando-se de não ter sido ainda 'ressarcido dos bens' que lhe roubaram. Miguel Claro, 62 anos, o taxista que contribuiu para a captura do ladrão, manifesta uma opinião diferente. 'Se o rapaz ficar em liberdade e se portar bem, acho que pode ser bom para ele e para a comunidade. Ele é uma criança e todos temos alturas em que nos deixamos levar pelos problemas', justificou o profissional.



Fonte Correio da Manhã
 
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