• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Ruanda vota continuação de presidente Kagame até 2034

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
Consulta eleitoral resultou de uma petição que teve 3,7 milhões de assinaturas.
ng5455806.JPG


"Estou ainda a ouvir o que querem de mim. E o que querem de mim vai depender do resultado do referendo e a minha resposta será dada depois de ser conhecido o resultado", declarou ontem o presidente do Ruanda, Paul Kagame, depois de ter votado naquela consulta popular em que se perguntava se a Constituição devia ser revista para permitir um terceiro mandato para o chefe do Estado.Paul Kagame, de 58 anos, é presidente desde 2003 e, a ser aprovada a revisão constitucional, poderia permanecer no cargo por um terceiro mandato de sete anos, a iniciar-se em 2017, seguido de mais dois de cinco anos cada. Isto significa que Kagame poderia ficar no poder até 2034, quando teria 77 anos.O referendo foi convocado na sequência de uma petição que reuniu 3,7 milhões de assinaturas.A principal força da oposição, o Partido Democrático Verde, dirigido por Frank Habineza, tentou anular o referendo na Justiça, mas essa pretensão foi indeferida. Foi uma "decisão ilegal", afirmou Habineza à Reuters. Uma responsável da ONG Human Rights Watch, Carina Tertsakian, explicou que, se "é evidente Kagame ter largo apoio popular, é difícil realmente saber o que a maioria dos ruandeses pensa", criticando a falta de "real liberdade de expressão". Um mulher, a coberto do anonimato, afirmou à Reuters que "as eleições nunca foram transparentes e, por isso, se votasse pelo não, também "não" isso contaria para nada".Homem forte do país desde 1994 - quando as milícias da Frente Patriótica do Ruanda (FPR) entraram na capital, Kigali, expulsando os responsáveis pelo genocídio em que foram mortos 800 mil tutsis e hutus moderados -, Kagame insiste não querer ser "presidente vitalício". Espera-se que após a divulgação dos resultados, a suceder hoje, Kagame anuncie qual a sua decisão, mas não é difícil imaginar qual será.O referendo no Ruanda sucede num momento em que pretensão semelhante no vizinho Burundi, com o presidente Pierre Nkurunziza decidiu, em abril, candidatar-se a um terceiro mandato, originou uma vaga de violência, tendo sido alvo de um golpe de Estado falhado. Desde então, foi eleito com a violência a espalhar-se pelo país, com milhares de pessoas a procurarem refúgio no exterior.Confrontos na capital do Burundi, Bujumbura, causaram quase 90 mortos na passada semana, levando a União Africana a anunciar o envio de cinco mil efetivos numa força de paz para proteger os civis. As autoridades de Bujumbura recusam-se a autorizar a entrada daquela missão, o que vem aumentar receios de um reacender da violenta guerra civil que se viveu entre 1993 e 2005 entre a maioria hutu, a que pertence Nkurunziza, e a minoria tutsi. Novo conflito poderia ser utilizado como pretexto pelo Ruanda para intervir ao lado dos tutsis no Burundi.Críticas dos EUA e EuropaAs autoridades de Washington e diferentes governos europeus afirmaram dias antes do referendo que Kagame deveria "resistir à tentação do poder". Principal dador de ajuda, os Estados Unidos têm elogiado a atuação de Kagame na reconstrução do país e no relançamento da economia, mas defendem ter chegado o momento de se "abrir caminho para uma nova geração na liderança do Ruanda". Seria um "exemplo para toda a África", pois "ninguém é indispensável", declarou no início do mês a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power.


dn

 
Topo