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Salários dos chineses inferiores em 87,5%

florindo

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Português ganhava em média (2002-08) 837 euros mensais e o chinês 446 euros


Os estrangeiros a trabalhar legalmente em Portugal ganham em média 822 euros mensais contra quase 932 euros dos nacionais (2008). Os chineses estão na cauda: ganharam 446 euros na média de 2002 a 2008, menos 87,5% (menos 391 euro) do que os portugueses.

O JN teve acesso aos dados mais pormenorizados e quantificados do estudo publicado pelo Banco de Portugal sob o título "Emprego e Salários dos Imigrantes em Portugal", das investigadores Sónia Cabral e Cláudia Duarte. Segundo o documento, os imigrantes são mais pobres e terão menos formação quando comparados com os portugueses.

Usando o período 2002 a 2008, suficientemente longo para fugir a retratos conjunturais, as autoras mostram que desde 2006 o fosso entre remunerações de nacionais e estrangeiros está a alargar-se (ver infografia). Mas essa diferença é gritante quando o estudo começa a discriminar por nacionalidade. Os chineses ganhavam, na média do período de sete anos, 446 euros contra 837 euros (932 euros em 2008) no caso dos nacionais, um fosso de 87,5%. Mesmo se a comparação for feita com a média dos PALOP (671 euros) ou dos imigrantes em geral (737 euros), o retrato não é muito favorável à comunidade chinesa.

Os chineses não representam a única nacionalidade cujo nível salarial sai pouco favorecido no retrato. Os cabo-verdianos auferiram no período salários na ordem dos 572 euros mensais, muito longe da média dos nacionais: 837 euros no período 2002-08.

Nesse contexto, não é de estranhar que o peso dos imigrantes no salário mínimo nacional, que se cifrava em 426 euros no ano de 2008, seja superior ao dos nacionais. Em concreto, os portugueses pesavam 14,2% na percentagem de trabalhadores residentes em Portugal e que recebiam a remuneração mínima, enquanto que os estrangeiros representavam 22,6%. O fosso é igualmente significativo se for feita a média no período 2002-2008: 12,1% para os portugueses e 18,5% para os estrangeiros. Decompondo estes dados por nacionalidade, 64,8% dos chineses estavam naquele intervalo de sete anos a auferir o SMN, 22,3% no caso dos brasileiros e 20,8% para os ucranianos. A média dos imigrantes é, neste caso, de 18,6%.

Com dados pormenorizados cedidos ao JN pelas autoras, conclui-se, com valores concretos, qual é a diferença entre ser português e estrangeiro com contrato sem termo e com contrato a prazo. Desse modo, um português com vínculo permanente ganhava, em 2008, 991 euros, enquanto que um estrangeiro auferia um salário de 956 euros. Os nacionais com contratos a prazo ganhavam 766 euros contra 734 euros dos estrangeiros.

O estudo em causa parte dos dados da OCDE relativos a 2008 para caracterizar o universo de estrangeiros residentes (440 mil), mas a amostra foi restringida aos trabalhadores incluídos nos Quadros de Pessoal, com idade compreendida entre os 15 e os 80 anos e com uma remuneração base superior a 80% do salário mínimo nacional.

Jornal de Notícias
 
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