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Saramago homenageado hoje no México

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A leitura encenada de excertos de «Ensaio sobre a Cegueira», «Memorial do Convento» e «As Intermitências da Morte» decorre hoje na Cidade do México, numa homenagem a José Saramago.

A cerimónia - durante a qual será lido um texto inédito do escritor português sobre Maria Madalena - conta com a participação da viúva do escrito, Pilar del Río, e da actriz e activista social Ofelia Medina, da jornalista e activista de direitos humanos Lydia Cacho, da soprano mexicana Lourdes Ambriz, da cantora de rock Ely Guerra e das actrizes de teatro e cinema Irene Azuela e Clarissa Malheiros.

A homenagem ao autor falecido a 18 de Junho de 2010, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1998, decorre no Palácio das Belas Artes, na capital mexicana.

A direcção é de António Castro, o cenário de Mónica Raya e o desenho de luzes de Victor Zapatero.

António Castro dirigiu José Saramago e o actor Gale García Bernal no espectáculo «As Intermitências da Morte», que foi apresentado em 2006 no Teatro Diana de Guadalajara, durante a Feira Internacional do Livro.

Pilar del Río disse que o livro «Ensaio sobre a Lucidez», de José Saramago, antecipou o que está a passar-se em alguns países árabes, onde o povo conseguiu derrubar ditadores.

«Saramago disse que o poder da cidadania é o único poder legítimo. Foi antecipatório de muitas das coisas que se estão a passar nos países árabes», disse durante a sua participação no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, que fora de concurso apresenta o documentário «José e Pilar», sobre o casal.

Editado em 2004, «Ensaio sobre a Lucidez» narra a história de um povo que decide votar em branco nas eleições municipais, provocando as suspeitas e o termos de uma rebelião do governo no poder.

Pilar del Río referiu-se a uma fragmento do texto em que os cidadãos permanecem durante alguns doas na principal praça da cidade conseguindo derrubar um governador e quando regressam à vida quotidiana organizam-se e limpam o lugar.

«Isto é muito semelhante ao que aconteceu no Egipto», disse a viúva do escritor.

Jornalista e tradutora da obra de Saramago, Pilar del Río define o escritor não como um visionário mas «um intelectual que conhecia os erros do mundo à força de tanto o observar».

«Era um homem que pensava, que vinha ao mundo e sabia onde estavam os erros, sabia que havia uma crise económica e moral da qual vamos demorar muito tempo a sair», acrescentou.

«José e Pilar» mostra a vida quotidiana de Saramago, tanto na intimidade de sua casa na ilha espanhola de Lanzarote como as suas viagens por países como Brasil, Portugal e México.

A câmara do realizador Miguel Gonçalves Mendes registou também os ensaios e a dramatização do texto «As Intermitências da morte», que Saramago protagonizou com o actor mexicano Gale García Bernal na Feira Internacional do Livro de Guadalajara em 2006.

Até ao momento, o documentário, que foi exibido na quarta-feira naquele festival mexicano com a presença do realizador e de Pilar del Río, já estreou em Portugal, Brasil e Espanha.

Lusa/SOL
 
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