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Estudo revela que o tabaco traz aos homens problemas maiores do que a impotência: elimina o cromossoma viril do seu ADN e torna-o mais vulnerável ao cancro.
A diferença entre homem e mulher começa no ADN: a mulher é XX, o homem é XY. Mas se a distinção genética é conhecida, aquilo que ainda não se sabia é que o tabaco é especialmente nocivo para o cromossoma Y, precisamente aquele que determina a existência da subespécie masculina.
Um estudo publicado agora na revista Science, da autoria de investigadores de Upsala, Estocolmo, Oxford, Liverpool, Harvard e Nova Iorque, demonstra que a perda do cromossoma Y em algumas células do sangue masculino está associada a um risco elevado de diversos tipos de cancro. O mesmo estudo revela ainda que fumar aumenta a taxa de perda desse cromossoma da virilidade e que fumar pouco é sempre melhor do que fumar muito. Por consequência, deixar de fumar também é bastante melhor do que manter o vício.
A investigação demonstra, afinal, que o cromossoma Y - que provém do próprio cromossoma X ancestral - tem como função, além de forçar o desenvolvimento dos testículos no embrião e controlar a produção de esperma, evitar o cancro. Quando este cromossoma se perde, as células cancerígenas tendem a proliferar. Daí que o número de casos de cancro do pulmão seja mais elevado nos fumadores do que nas fumadoras, o que explica também o maior número de mortes devido à doença na população masculina.
Daqui se infere, como refere o jornal espanhol El País numa nota de ironia, que se há algo pior do que ser um homem, é ser um homem fumador.
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