Luisao27
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[h=2]O jurista que defendeu igualdade das mulheres… em 1557    
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O português é arcaico, mas o pensamento – pelos vistos – é muito à frente. Em 1557 – sim, há quase meio milénio – o jurista português Rui Gonçalves escrevia sobre o adultério e sobre a condenação prevista para as mulheres que o praticassem.
 
 
 
9 vantagens das mulheres sobre os homens no séc. XVI
 
	
	
	
		
		
		
		
	
	
		
	
A obra, aliás, é “um livro não só preciso aos jurisconsultos, mas bem digno de atenção de qualquer senhora“, lê-se na edição fac-similada, datada de 1992 e pela mão da Biblioteca Nacional.
No primeiro capítulo, Gonçalves enunciou mais de 50 personalidades do sexo feminino de mérito quer da sua época, quer da antiguidade e da mitologia.
 
			
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O português é arcaico, mas o pensamento – pelos vistos – é muito à frente. Em 1557 – sim, há quase meio milénio – o jurista português Rui Gonçalves escrevia sobre o adultério e sobre a condenação prevista para as mulheres que o praticassem.
O jurista escreveu o seguinte (como se pode ver na imagem em cima):
 
“Em favor do matrimónio e do género feminino se o marido que querelou da mulher de adultério lhe perdoar em qualquer tipo, assim antes da acusação, como durante a acusação, ou depois de ser condenada por sentença, será logo solta se por alma for presa, sem mais apelar por parte da justiça, fazendo-se primeiro um termo de perdão assinado pelo marido e pelo juíz e pelo escrivão do feito” (páginas 44 e 45).
 
Ou seja, advoga o perdão da mulher que fosse considerada adúltera desde que fosse perdoada pelo marido. O livro intitulado  Dos privilegios &praerogativasq ho genero feminino te por direito  comu & ordenações do Reyno mais que ho genero masculino foi publicado para explicar a lei às mulheres e foi nisso completamente inovador.
 Elisa Costa, que estudou a obra e a apresentou a sua versão mais  recente, diz que embora não se possa considerar o jurista um feminista,  Rui Gonçalves foi o “primeiro autor português conhecido a colocar a questão da igualdade entre os sexos“.
 
Na galeria acima leia frases e prerrogativas do direito que o autor atribuiu às mulheres já no século XVI.
 
Recuperar estas frases com cinco séculos justifica-se uma altura em que a magistratura  portuguesa se torna alvo de polémica. Os dois juízes desembargadores  Neto de Moura e Maria Luísa Arantes do Tribunal da Relação do Porto  confirmaram a suspensão da pena a dois homens condenados por violência  doméstica, minimizada por ter sido exercida sobre uma mulher com  comportamento adúltero. A sentença citava o Código Penal de 1886 e a Bíblia para desvalorizar o crime – público – que tinha sido cometido.
 
Recorde as frases mais chocantes do polémico acórdão aqui
 9 vantagens das mulheres sobre os homens no séc. XVI
No código de 106 páginas há muito mais sobre igualdade de género. O jurista enunciou mais de 100 casos na lei em que elas tinham até mais privilégios.
 
Além disso o código explicava “as nove virtudes – doutrina e saber, conselho, força, devoção, liberdade, clemência, amor conjugal e, entre outros, ócio – nas quais as mulheres são iguais ou superiores aos homens“, como explicou Elisa Maria Lopes da Costa na apresentação da reedição do livro. Pelo menos no século XVI.
 
	A obra, aliás, é “um livro não só preciso aos jurisconsultos, mas bem digno de atenção de qualquer senhora“, lê-se na edição fac-similada, datada de 1992 e pela mão da Biblioteca Nacional.
No primeiro capítulo, Gonçalves enunciou mais de 50 personalidades do sexo feminino de mérito quer da sua época, quer da antiguidade e da mitologia.
A segunda parte do livro teria por base dar a conhecer às mulheres do seu tempo a legislação que as abrangia.
 
Uma obra “inovadora”, classifica Maria Costa. E que transformou  aquele investigador da Universidade de Coimbra “num caso isolado por  longo tempo”. “Seria necessário esperar pelo século XIX para que, de  novo, surgissem autores a prestarem atenção às questões respeitantes ao  sexo feminino”.
	
	
	
		
		
		
		
	
	
		
	
	
				
