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Soluções anti-crise!

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GF Platina
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A crise está a alastrar à economia real e pode dar origem a uma recessão. Se isto é certo, então a questão deve ser: o que é que se pode fazer para a superar? Uma das primeiras ideias vai para o mercado de capitais. Como os preços caíram muito, é natural que existam boas oportunidades de investimento.

E existem, por certo, há é que estudar bem os fundamentais das empresas e dos sectores, porque a informação joga aqui um papel fundamental. É preciso ter em conta que em momentos de crise as oportunidades existem mas, de um modo geral, a prazo. Para quem tem dinheiro ou forma de o obter, o sector agrícola é considerado como um dos poucos que, neste momento, não apresenta qualquer tipo de vulnerabilidade. Aliás, em períodos destes é também normal o apelo da terra, quer por razões psicológicas, quer antropológicas. É uma espécie de "back to basics". Outra área com boas perspectivas a prazo é a do mar. Ernâni Lopes, está a terminar um estudo sobre o "hypercluster da economia do mar" – o antigo ministro das Finanças garante que este é um dos cinco domínios com potencial estratégico na economia portuguesa –, mas aponta já caminhos no turismo náutico e nos "centros de mar" como o que foi desenvolvido pela Valimar, uma comunidade urbana de seis municípios do norte do país. Neste domínio há ainda que salientar a importância potencial da energia das ondas e da pesca ligada à indústria transformadora. Se pensarmos que Portugal tem mais de mil quilómetros de costa e uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) da Europa, equivalente a 18 vezes o nosso território, chega-se à conclusão que o passado ligado ao mar pode ser um prenúncio do nosso futuro. E é caso para perguntar por que é que Portugal anda há décadas a ignorar um recurso de tamanha importância? Há quem diga que, uma vez convenientemente explorada, a economia do mar pode representar bem mais de 10% do PIB, assim como o emprego pode implicar muito mais que os actuais cerca de 100.000 empregos directos, identificados pela Comissão Europeia. Uma outra actividade, a livreira, também deverá ganhar com a turbulência dos mercados. Especialistas do sector garantem que as pessoas lêem mais durante as crises, porque viajam menos e aplicam o dinheiro em algo que as possa ajudar a fugir à realidade. Ora, os livros, explicam, transportam-nos para o mundo dos sonhos. Em suma, existem soluções anti-crise, mas obrigam a procurar as oportunidades, pensar nos enquadramentos, construir projectos de viabilidade e arregaçar as mangas, porque nada se consegue sem estudo e muito, muito trabalho.

Francisco Ferreira da Silva (Diário Económico)
 
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