Portal Chamar Táxi

Notícias Talibã anulam divórcio concedido a jovem afegã forçada a casar com agriculto

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
55,798
Gostos Recebidos
1,584
Talibã anulam divórcio concedido a jovem afegã forçada a casar com agricultor

img_900x508$2024_09_29_16_01_26_1758342.jpg


Marido conseguiu reverter a decisão judicial dez dias depois do regime regressar ao poder.

Bibi Nazdana luta vários anos para se poder divorciar do homem com quem se foi obrigada a casar. A jovem afegã tinha apenas sete anos quando a família prometeu casá-la a um agricultor e 15 quando o noivo regressou para exigir a sua mão. Foi a tribunal, na altura era liderado por um governo apoiado pelos Estados Unidos, para pedir a separação e, ao fim de dois anos, esse direito foi-lhe concedido. Mas dez dias depois, os talibãs tomaram controlo do país e o marido conseguiu reverter a decisão judicial.

Segundo a BBC News, quando os Talibãs regressaram ao poder, há três anos, prometeram acabar com a corrupção do passado e fazer "justiça" ao abrigo da Sharia, uma versão da lei islâmica. Desde então, dizem ter analisado cerca de 355 mil casos. O divórcio de Nazdana é uma das decisões judiciais revogadas desde que o regime Talibã assumiu o poder.

Depois de Cabul Hekmatullah, o marido, ter recorrido da decisão em 2021, Bibi Nazdana foi informada de que não lhe seria permitido defender pessoalmente o caso. "Os talibãs disseram-me que eu não devia voltar ao tribunal. Disseram-me que era o meu irmão que me devia representar", conta à BBC.

"Disseram-nos que, se não obedecêssemos, entregariam a minha irmã a ele (Hekmatullah) à força", disse o familiar.

"Os antigos tribunais tomavam decisões com base num código penal e civil. Mas agora, todas as decisões são baseadas na Sharia [lei islâmica]", explicou Fawzia Amini, antiga juíza do Supremo Tribunal que fugiu do país após o regresso dos talibãs

Hoje com apenas 20 anos, Bibi Nazdana continua a manter a esperança de que alguém a ajude. "Bati a muitas portas a pedir ajuda, incluindo à ONU, mas ninguém ouviu a minha voz", confessou.


Correio da Manhã
 
Topo