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Taxistas e pilotos juntam-se às críticas à nova 2.ª Circular

kokas

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Set 27, 2006
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O presidente da câmara municipal, Fernando Medina, diz que as obras previstas vão diminuir a sinistralidade, o ruído e a poluição. Pilotos de aviação falam em riscos com as aves

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No dia em que Fernando Medina garantiu que o plano para a 2ª Circular vai melhorar a fluidez do trânsito a aumentar a segurança na via levantaram-se mais vozes contra o projeto. A Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA) ficou "atónita" por as entidades aeronáuticas não terem sido ouvidas sobre eventuais riscos do projeto. Em causa estão questões de segurança relacionadas com as aves, perigo que a autarquia garante não existir. Já os taxistas ouvidos pelo DN consideram que a requalificação da 2.ª Circular não vai resolver nada.Na sua intervenção no Fórum da TSF, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa adiantou que o projeto vai melhorar o cenário de sinistralidade da 2.ª Circular, onde em três anos se registaram "6900 acidentes com feridos", "55 mortos e 250 feridos graves." No entanto, "por lapso", como admitiu ao final da tarde, Fernando Medina referia-se aos dados de toda a cidade e não só daquela via. Numa mensagem publicada no Facebook, adiantou que entre 2012 e 2014 ocorreram 409 acidentes com vítimas, dos quais resultaram cinco mortes.Segundo o autarca, a 2.ª Circular transformou-se numa "via no meio da cidade", tendo deixado de ser "uma via de trânsito". "Mais de metade da população que vive à volta desta via está sujeita a excesso de ruídos muito acima dos limites legalmente permitidos. Esta é das vias que mais contribuem para a poluição da cidade", frisou. Entre declarações à TSF, explicou que como o projeto tenta reservar para faixa da direita o tráfego de pesados, a velocidade média deverá subir. "O para-arranca acaba por prejudicar a fluidez da via. Vamos ter uma via mais segura", referiu.Em consulta pública até sexta--feira, o projeto de intervenção da 2.ª Circular prevê a diminuição da velocidade máxima de circulação dos 80 km/h para os 60 km/h, a diminuição da largura das vias, um piso novo, o encerramento do acesso em três nós e a plantação de árvores no corredor central e na zona envolvente (oito mil, no total), entre outras medidas. E é precisamente esta última que está a preocupar os pilotos."Ficámos absolutamente atónitos. Como é que a Câmara de Lisboa pôs a consulta pública uma questão dessas sem consultar pelo menos a ANAC [regulador do setor] e o GPIAA [Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves] e, de seguida, quem pilota os aviões e melhor sabe dos perigos para os aviões, nomeadamente com aves, que são os pilotos?", criticou o presidente da APPLA. Miguel Silveira acredita que "a própria ANAC, nas imediações e nas áreas de proteção do aeroporto, não vai deixar que se faça nada disso". Em causa não está só o crescimento das árvores mas as aves que podem trazer para a zona.Contactada pela Lusa, a Câmara Municipal de Lisboa garantiu que o projeto não vai afetar o tráfego aéreo. "A 2.ª Circular passa junto ao Aeroporto de Lisboa e, nomeadamente nas áreas de aproximação, em viaduto, pelo que a questão não se coloca, pois aí no projeto não está previsto que haja árvores", justificou a autarquia."Vai ser sempre 2ª Circular"A sugestão de que uma solução viável para a nova 2.ª Circular seria um segundo andar vem acompanhada de uma citação conivente: "O homem é do tamanho do seu sonho, disse Fernando Pessoa." Quem o afirma é Armando Pinto, de 53 anos, taxista de profissão e que nos conduz do regresso do Aeroporto de Lisboa, onde o DN recolheu opiniões destes profissionais sobre o projeto. Sobre a revitalização da 2.ª Circular, Armando diz concordar com alguns pontos da proposta, mas fazendo questão de referir que "pensamos pequenino" e que "não há fiscalização e o problema é que toda a gente anda na faixa do Bus".Na zona de chegadas do aeroporto, António Damião, de 44 anos, considera que reduzir a velocidade para os 60 km/h ainda vai empatar mais o trânsito: "Se a andar a 80 km/h já é o que é, andar ainda mais devagar não vai beneficiar. Existem muitos carros em Lisboa e a 2.ª Circular vai sempre ser a 2.ª Circular."Já Carlos, de 62 anos, chama a atenção para o facto de ser necessário "uma faixa só para Bus", mas acha "boa" a ideia da faixa da direita só para entradas e saídas. "Não faz sentido uma pessoa estar horas na fila só para sair daqui, quando podia fazer um percurso em meia hora", justifica.De uma forma geral, concorda-se em que os planos para a 2.ª Circular não resolverão os problemas do trânsito, porque os condutores serão os mesmos "e não se respeitam". E também se concorda em que as mudanças previstas, com oito mil árvores, deixará a zona bonita.Mas há quem tenha opiniões menos moderadas na praça de táxis, onde o que começou por ser uma conversa a três depressa se transformou numa troca de ideias entre cerca de uma dezena de pessoas. "A teoria não vale nada sem a prática, têm é de arranjar aviões só para se andar em Lisboa", ouvia-se de um lado, enquanto do outro alguém criticava os "engenheiros" que "não resolvem os problemas dos acessos".


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