"Telefónica tinha obrigação de ter feito uma proposta amigável"

Matapitosboss

GForum VIP
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
13,147
Gostos Recebidos
0
Henrique Granadeiro

O presidente do conselho de administração (CA) da PT considera que a proposta da Telefónica para comprar a parte da operadora portuguesa na Vivo é "unilateral, hostil, inesperada e surpreendeu-nos". Henrique Granadeiro, em declarações ao Económico TV, acha, portanto, que "a Telefónica tinha a obrigação de ter feito uma proposta amigável.

Sobre a posição da CA, Granadeiro reforçou que "a proposta é insuficiente para o valor estratégico da Vivo, que valia há três anos três vezes menos do que é agora oferecido".

Sublinhando "a liderança económica e tecnológica, o plano de desenvolvimento da banda larga do da Vivo", o presidente da PT defende que "é legítimo pensar quanto valerá daqui a três quatro anos, quando a taxa de penetração aumentar, quando a classe média alargar e ganhar poder de compra, quando a banda larga móvel ganhar terreno à fixa".

Argumentos que justificam a posição do CA da PT que assenta na ideia de que "o valor oferecido é insuficiente". E são esses os argumentos que têm vindo a ser apresentados aos accionistas. E se a Telefónica ganhar o apoio dos accionistas? "O CA foi eleito para executar um determinado plano estratégico, que não é possível atingir sem a Vivo dentro dele, que dá escala e crescimento". Se os accionistas aprovarem a venda da Vivo "o CA sentirá que prestou um grande serviço aos accionistas...", concluiu Granadeiro, frisando que “não vale a pena estar a pensar nesses problemas”.

Sobre os dados que os accionistas têm para avaliar a oferta da Telefónica, Granadeiro acrescentou que "é preciso ter em conta que quando a Telefónica valoriza a Vivo ela fá-lo a múltiplos bastante inferiores" a operações comparáveis na Europa e na América Latina.

Por outro lado, "nas sinergias não apresenta as suas próprias estimativas. Só ela conhece os números e em vez de apresentar a sua própria avaliação, que só ela conhece, com clareza, refugia-se nas estimativas dos analistas. Os investidores teriam uma base muito mais sólida se pudessem beneficiar das avaliações da Telefónica. Temos pena que isso aconteça, porque isso era importante para os accionistas".


Fonte: Jornal de Negócios
 
Topo