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Transgénicos: Ambientalistas protestam sábado em Monforte contra ensaios

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Meia centena de activistas esperados
Transgénicos: Ambientalistas protestam sábado em Monforte contra ensaios


Meia centena de activistas e dirigentes da Plataforma Transgénicos Fora são esperados sábado numa manifestação junto a uma herdade de Monforte (Portalegre) contra os ensaios com milho geneticamente modificado autorizados na exploração, inserida em Rede Natura.

Nuno Sequeira, responsável pelo núcleo de Portalegre da Quercus, uma das associações que integra a Plataforma, explicou hoje à agência Lusa que a manifestação vai decorrer "à porta da herdade", a partir das 11h00.

A acção de protesto deverá contar com "meia centena" de participantes, entre activistas e dirigentes ambientais e "agricultores e apicultores" do concelho alentejano, garantiu Nuno Sequeira, acrescentando que a iniciativa está ainda aberta à população de Monforte.

Os participantes, com a ajuda de uma "brigada de biossegurança", composta por "50 espantalhos", a figura tradicional que melhor protege os campos, vão exigir o cancelamento da autorização para os ensaios com milho geneticamente modificado, não apenas para a herdade em Monforte, mas também para uma exploração no concelho de Ferreira do Alentejo (Beja).

"Vamos mostrar a nossa indignação, de forma pacífica, e exigir que seja cancelada a autorização para fazer de Monforte a cobaia à escala nacional", garantiu o responsável da Quercus.

O Ministério do Ambiente autorizou, recentemente, nos dois concelhos alentejanos, a realização de ensaios experimentais, solicitados pelas empresas Pioneer e Syngenta, com duas variedades de milho geneticamente modificado (dos tipos 98140 e GA21), não autorizadas na União Europeia.

A autorização, concedida através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), não satisfaz os ambientalistas, que argumentam, entre outros pontos, que o terreno experimental de Monforte "localiza-se numa área classificada pertencente à Rede Natura 2000".

Já sobre Ferreira do Alentejo, a referida Plataforma alerta para o facto de não se cumprirem as regras básicas da consulta pública que precedeu esta autorização do Ministério do Ambiente.

A Assembleia Municipal de Monforte decidiu por unanimidade, no final de Fevereiro, que todo o território do município deve ser "Zona Livre de Cultivo de Variedades Geneticamente Modificadas", de acordo com uma proposta anteriormente aprovada pela Câmara Municipal.

"Isto representa desrespeito pela decisão democrática do poder local e desprezo pela zona de Rede Natura onde tais experiências irão ter lugar", alerta a Plataforma, em comunicado.

Os ambientalistas alertam ainda para o facto da parcela de testes de Monforte se encontrar a "escassas dezenas de metros da várias represas e da Ribeira Grande, uma das maiores linhas de água do distrito de Portalegre".

A Plataforma Transgénicos Fora, estrutura integrada por 12 Organizações Não Governamentais (ONG) da área do ambiente e agricultura, sustenta ainda que os ensaios poderão pôr também em causa a saúde humana.

"Está em causa a saúde humana com estes testes, devido à apicultura, abelhas e colmeias", pois, de acordo com um estudo científico de investigadores portugueses, "uma abelha pode atingir zonas a mais de cinco quilómetros e uma única colmeia pode abranger uma área de 113 quilómetros".

Como tal, acrescentam os ambientalistas, "o mel produzido a vários quilómetros de distância dos ensaios pode conter quantidades consideráveis de pólen transgénico, o que, para o caso do milho 98140, que não está estudado nem autorizado para consumo humano ou animal, é totalmente ilegal".

No ano passado, mas apenas no que respeita ao milho geneticamente modificado autorizado na União Europeia, o cultivo comercial desta cultura transgénica ocupava cerca de 4.263 hectares em Portugal, mais de metade dos quais no Alentejo (quase 2.369 hectares).


11.07.2008 - 20h20 Lusa
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Protestos em Monforte contra ensaios de transgénicos

Meia centena de activistas manifestaram-se hoje, de forma pacífica, junto a uma herdade de Monforte, contra os ensaios com milho geneticamente modificado autorizados na exploração, inserida em Rede Natura
Na acção de protesto, que terminou ao início da tarde, os activistas e dirigentes da plataforma Transgénicos Fora percorreram a pé cerca de três quilómetros, entre a praia fluvial de Monforte, onde se concentraram, e a entrada para a herdade, animados com tambores, gritando palavras de ordem, e empunhando cartazes e espantalhos.

Os participantes, com a ajuda de uma «brigada de bio-segurança», composta por «50 espantalhos», a figura tradicional que protege os campos, exigiram o cancelamento da autorização para os ensaios com milho geneticamente modificado, não apenas para a herdade em Monforte, mas também para uma exploração no concelho de Ferreira do Alentejo (Beja).

Sempre com a GNR por perto, mas sem que tivesse ocorrido qualquer incidente, os ambientalistas gritavam, entre outras palavras de ordem, «Não, não, não à contaminação», «o montado vai ficar contaminado» e «Não, não, não à agricultura do cifrão».

Nos cartazes, podia ler-se: «transgénicos na agricultura = fim da liberdade de escolha», «transgénicos não obrigado», «sem Patentes$ viva as sementes» e «Monforte não é cobaia aos ensaios com transgénicos».

Margarida Silva, bióloga, coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora, disse aos jornalistas que a herdade de Monforte «está numa zona protegida, que pertence à Rede Natura 2000 europeia».

Mas apesar disso, adiantou a responsável, «o Governo optou por autorizar, face à pressão de duas empresas, ensaios de milho geneticamente modificado, que não está testado e sobre o qual não existe qualquer garantia de segurança, que possa impedir a contaminação».

«Queremos que haja um cancelamento da licença, porque a isso obriga a moral, a lógica e toda a avaliação ambiental que já fizemos, e queremos também chamar a atenção para o facto de que não existem, neste momento, condições em Portugal para cultivar milho geneticamente modificado em segurança».

Esta autorização do Governo, realçou a responsável, corresponde a «um abrir de portas a sementes que não têm nada de útil para a nossa agricultura, colocando em causa todos os valores tradicionais e isso em circunstâncias sobre as quais não conseguimos exercer qualquer controlo de fiscalização».

Por seu turno, José Maria Falcão, engenheiro agrónomo e responsável pela exploração agrícola familiar onde estão a decorrer os ensaios com milho geneticamente modificado, no concelho de Monforte, em declarações aos jornalistas, considerou a manifestação como «uma encenação teatral», promovida por um grupo de pessoas que se deslocaram de vários pontos do país.

José Maria Falcão defendeu que o desenvolvimento da agricultura passa por um conjunto de medidas que «preservem o ambiente, mas utilizando a investigação».

O Ministério do Ambiente autorizou, recentemente, nos dois concelhos alentejanos, a realização de ensaios experimentais, solicitados pelas empresas Pioneer e Syngenta, com duas variedades de milho geneticamente modificado (dos tipos 98140 e GA21), não autorizadas na União Europeia.

A autorização concedida através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não satisfaz os ambientalistas, que argumentam, entre outros pontos, que o terreno experimental de Monforte «localiza-se numa área classificada pertencente à Rede Natura 2000».

Já sobre Ferreira do Alentejo, a referida Plataforma alerta para o facto de não se cunprirem as regras básicas da consulta pública que precedeu esta autorização do Ministério do Ambiente.

A Assembleia Municipal de Monforte decidiu, por unanimidade, no final de Fevereiro, que todo o território do município deve ser Zona Livre de Cultivo de Variedades Geneticamente Modificadas, de acordo com uma proposta anteriormente aprovada pela Câmara Municipal.

«Isto representa desrespeito pela decisão democrática do poder local e desprezo pela zona de Rede Natura onde tais experiências irão ter lugar», alerta a Plataforma, em comunicado.

Os ambientalistas alertam ainda para o facto da parcela de testes de Monforte se encontrar a «escassas dezenas de metros de várias represas e da Ribeira Grande, uma da maiores linhas de água do distrito de Portalegre».

A Plataforma Trangénicos Fora, estrutura integrada por 12 Organizações Não Governamentais (ONG) da área do ambiente e agricultura, sustenta ainda que os ensaios poderão pôr também em causa a saúde humana.

«Está em causa a saúde humana com estes testes, devido à apicultura, abelhas e colmeias», pois, de acordo com um estudo científico de investigadores portugueses, «uma abelha pode atingir zonas a mais de cinco quilómetros e uma única colmeia pode abranger uma área de 113 quilómetros».

O presidente da Câmara de Monforte, Rui Maia da Silva, anunciou sexta-feira que não participava na manifestação de hoje e explicou à Lusa que, apesar de também estar contra os ensaios com milho transgénico no concelho, não iria participar na acção de protesto porque «a autarquia tem as suas próprias iniciativas sobre sta matéria».

«Vamos promover um debate no dia 25 de Julho para analisar os prós e contras desta situação», declarou.

De acordo com a Plataforma Transgénicos Fora, o Governo, através do Ministério do Ambiente, aprovou a realização de três anos de ensaios de milho geneticamente modificado no concelho de Monforte.

Lusa / SOL
 
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