Matapitosboss
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Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos patrocinou uma prova de automobilismo da categoria Nascar como parte de seus esforços para informar aos telespectadores norte-americanos de que, a partir de 18 de fevereiro, todos os sinais de televisão transmitidos pelo ar no país serão exclusivamente digitais. Os televisores de modelos antigos não funcionarão mais.
A organização gastou US$ 350 mil para inscrever o lema "a transição para a TV digital" e outras mensagens no Ford pilotado por David Gilliland.
E como é que o processo está transcorrendo? Em novembro, o carro de Gilliland se envolveu em uma colisão em uma prova da Nascar em Phoenix - a segunda batida do piloto em apenas dois meses.
E, no front da transição para a TV digital em si, a situação não parece muito melhor, ao menos de acordo com os muitos críticos da maneira pela qual a conversão se desenvolveu, apesar de uma campanha de marketing intensa que incluía comercias de televisão veiculados a cada noite.
De acordo com pesquisas conduzidas pela União de Defesa dos Consumidores, a organização que publica a revista Consumer Reports, embora 90% dos norte-americanos estejam cientes de que a transição vai acontecer, 25% dos entrevistados acreditam, erroneamente, que precisarão assinar serviços de TV a cabo ou via satélite, depois de fevereiro, e 41% deles acreditam que cada um dos televisores da casa precise ser convertido individualmente para recepção de sinais de digitais, mesmo os aparelhos que já recebem sinais de TV a cabo ou serviços de assinatura via satélite.
"Precisamos de um trabalho de divulgação mais personalizado, mais próximo aos telespectadores", disse Joel Kelsey, analista político da União de Defesa dos Consumidores. Ele defende a idéia de que sejam utilizados os serviços de um exército de profissionais, por exemplo bombeiros e trabalhadores do setor de televisão, para visitar as casas dos telespectadores e instalar conversores em seus aparelhos.
E algumas das pessoas que estão envolvidas no processo de transição para o serviço digital de TV acreditam que, em 17 de fevereiro, a data de conversão, milhões de norte-americanos serão apanhados de surpresa quando seus televisores deixarem de funcionar.
Mais de 20 milhões de domicílios nos Estados Unidos recebem programação de televisão por meio de transmissões convencionais, captadas por antenas, e pelo menos 15 milhões de domicílios adicionais abrigam ao menos um televisor desprovido de conexão de cabo ou via satélite, de acordo com a Associação Nacional da Mídia Eletrônica.
Qualquer pessoa que receba sinais de TV por antena convencional - seja uma antena montada no aparelho ou uma antena externa - precisa comprar um conversor que transformará sinais analógicos em sinais digitais, se desejar continuar assistindo TV. Algumas pessoas também podem precisar de novas antenas.
O telespectador também pode optar por assinar um serviço de TV a cabo ou via satélite, ou por adquirir um novo televisor digital. Mas o que os críticos do processo temem é que os norte-americanos menos capazes de compreender ou de bancar os custos da transição - a saber, os idosos, os pobres e os consumidores que não falam inglês - sejam os mais prejudicados.
Para ajudar a reduzir as despesas envolvidas na aquisição dos conversores, cujos modelos mais simples custam a partir de US$ 50, os consumidores podem obter dois cupons de desconto do governo que reduzem em até US$ 40 o custo do aparelho.
Cerca de 40 milhões de cupons de subsídio foram solicitados até o momento, mas apenas 16 milhões deles foram utilizados, ante um total estimado em 35 milhões de televisores que deixarão de poder receber sinais quando a transição for realizada. Um fator que agrava o problema é que muitas pessoas que solicitaram cupons no começo do ano passado mas não os utilizaram vieram a descobrir que eles perdem a validade em 90 dias. E quem já solicitou um cupom e não o utilizou não está autorizado a fazer nova solicitação (ainda que seja possível utilizar cupons alheios, porque não existe controle sobre o nome dos compradores de conversores).
"A transição que estamos vivendo é provavelmente um dos programas de educação ao consumidor mais mal conduzidos na era moderna", disse Richard Doherty, analista do Envisioneering Group, uma empresa de consultoria.
Embora o governo e o setor privado tenham investido quantias consideráveis na divulgação da mensagem quanto à transição, o problema é que os esforços, além de serem vistos como insuficientes, também começaram com grande atraso.
"Em 18 de fevereiro, haverá muita, muita reclamação", disse Doherty.
Com o prazo perto do fim, o governo agora está insistindo em que os norte-americanos solicitem seus cupons até o final do ano, operando sob a suposição de que eles precisarão de cerca de seis semanas para receber os cupons, adquirir o conversor e alterar a configuração de suas antenas de maneira a permitir a recepção de sinais digitais.
A Associação Nacional da Mídia Eletrónica criou uma campanha que envolve dois camiões de divulgação que percorrem o país, visitando áreas nas quais se concentram muitos telespectadores. A organização já promoveu mais de seis mil eventos educativos até o momento ao longo do país, diz Shermaze Ingram, directora sénior de relações com a mídia, no grupo.
As emissoras locais de televisão vêm veiculando anúncios regularmente para alertar as pessoas quanto à transição digital que se aproxima. Algumas emissoras mantêm os alertas no ar constantemente, como mensagens de texto que correm pela porção inferior da tela. O fundo de educação da Conferência de Lideranças de Direitos Civis recebeu verbas de US$ 1,65 milhão e a Associação Nacional de Agências de Área para o Envelhecimento recebeu US$ 2,7 milhões para bancar campanhas de educação dirigidas aos frequentadores de centros comunitários e outros locais de associação sobre a necessidade de comprar um conversor, e sobre como programá-lo e instalá-lo.
A Associação Nacional da Mídia Eletrónica, que estima que US$ 1 bilião tenha sido investido em anúncios e outros esforços de marketing relacionados à questão, ofereceu às autoridades a criação de uma central de atendimento telefónico que poderia responder aos pedidos de informações do total estimado em um milhão de consumidores confusos que devem contactar as autoridades em 18 de Fevereiro; a estimativa é de que pelo menos mais um milhão de pessoas procurem informações a respeito do problema nos dias seguintes.
O Congresso permitiu que as estações analógicas de TV continuem a transmitir por 30 dias adicionais, com programação contendo anúncios educativos sobre a transição. E o sector de TV a cabo concordou em não transferir alguns de seus canais para uma faixa digital especial antes de 1° de Março, a fim de não causar ainda mais confusão entre os espectadores quanto às mudanças no sistema televisivo.
A situação vem sendo complicada desde o início. Consumidores se queixaram no site da Consumer Reports que não havia conversores à venda em suas cidades antes que expirasse o prazo de validade dos cupons. "Por que a pessoa não pode solicitar um cupom caso não tenha usado o primeiro?", questiona Kelsey, da União de Defesa do Consumidor. "Isso é um erro de administração na transição que existe desde o primeiro dia do Congresso".
A data de validade dos cupons, que foi imposta por decisão do Congresso, restitui o dinheiro não utilizado ao programa, para ajudar a bancar os conversores de outros consumidores, disse Meredith Baker, subsecretária assistente da Administração Nacional de Telecomunicações e Informação. O programa agora conta com verbas suficientes para bancar 56 milhões de cupons.
As pessoas que já têm conversores descobriram o "efeito penhasco". Caso o sinal recebido não seja forte, o telespectador não recebe a imagem embaralhada que é comum em um sinal analógico fraco: simplesmente não há imagem, porque a transmissão digital ocorre em sistema de tudo ou nada. Além disso, a depender da área, as antenas internas destinadas a receber apenas canais VHF talvez precisem de substituição.
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A organização gastou US$ 350 mil para inscrever o lema "a transição para a TV digital" e outras mensagens no Ford pilotado por David Gilliland.
E como é que o processo está transcorrendo? Em novembro, o carro de Gilliland se envolveu em uma colisão em uma prova da Nascar em Phoenix - a segunda batida do piloto em apenas dois meses.
E, no front da transição para a TV digital em si, a situação não parece muito melhor, ao menos de acordo com os muitos críticos da maneira pela qual a conversão se desenvolveu, apesar de uma campanha de marketing intensa que incluía comercias de televisão veiculados a cada noite.
De acordo com pesquisas conduzidas pela União de Defesa dos Consumidores, a organização que publica a revista Consumer Reports, embora 90% dos norte-americanos estejam cientes de que a transição vai acontecer, 25% dos entrevistados acreditam, erroneamente, que precisarão assinar serviços de TV a cabo ou via satélite, depois de fevereiro, e 41% deles acreditam que cada um dos televisores da casa precise ser convertido individualmente para recepção de sinais de digitais, mesmo os aparelhos que já recebem sinais de TV a cabo ou serviços de assinatura via satélite.
"Precisamos de um trabalho de divulgação mais personalizado, mais próximo aos telespectadores", disse Joel Kelsey, analista político da União de Defesa dos Consumidores. Ele defende a idéia de que sejam utilizados os serviços de um exército de profissionais, por exemplo bombeiros e trabalhadores do setor de televisão, para visitar as casas dos telespectadores e instalar conversores em seus aparelhos.
E algumas das pessoas que estão envolvidas no processo de transição para o serviço digital de TV acreditam que, em 17 de fevereiro, a data de conversão, milhões de norte-americanos serão apanhados de surpresa quando seus televisores deixarem de funcionar.
Mais de 20 milhões de domicílios nos Estados Unidos recebem programação de televisão por meio de transmissões convencionais, captadas por antenas, e pelo menos 15 milhões de domicílios adicionais abrigam ao menos um televisor desprovido de conexão de cabo ou via satélite, de acordo com a Associação Nacional da Mídia Eletrônica.
Qualquer pessoa que receba sinais de TV por antena convencional - seja uma antena montada no aparelho ou uma antena externa - precisa comprar um conversor que transformará sinais analógicos em sinais digitais, se desejar continuar assistindo TV. Algumas pessoas também podem precisar de novas antenas.
O telespectador também pode optar por assinar um serviço de TV a cabo ou via satélite, ou por adquirir um novo televisor digital. Mas o que os críticos do processo temem é que os norte-americanos menos capazes de compreender ou de bancar os custos da transição - a saber, os idosos, os pobres e os consumidores que não falam inglês - sejam os mais prejudicados.
Para ajudar a reduzir as despesas envolvidas na aquisição dos conversores, cujos modelos mais simples custam a partir de US$ 50, os consumidores podem obter dois cupons de desconto do governo que reduzem em até US$ 40 o custo do aparelho.
Cerca de 40 milhões de cupons de subsídio foram solicitados até o momento, mas apenas 16 milhões deles foram utilizados, ante um total estimado em 35 milhões de televisores que deixarão de poder receber sinais quando a transição for realizada. Um fator que agrava o problema é que muitas pessoas que solicitaram cupons no começo do ano passado mas não os utilizaram vieram a descobrir que eles perdem a validade em 90 dias. E quem já solicitou um cupom e não o utilizou não está autorizado a fazer nova solicitação (ainda que seja possível utilizar cupons alheios, porque não existe controle sobre o nome dos compradores de conversores).
"A transição que estamos vivendo é provavelmente um dos programas de educação ao consumidor mais mal conduzidos na era moderna", disse Richard Doherty, analista do Envisioneering Group, uma empresa de consultoria.
Embora o governo e o setor privado tenham investido quantias consideráveis na divulgação da mensagem quanto à transição, o problema é que os esforços, além de serem vistos como insuficientes, também começaram com grande atraso.
"Em 18 de fevereiro, haverá muita, muita reclamação", disse Doherty.
Com o prazo perto do fim, o governo agora está insistindo em que os norte-americanos solicitem seus cupons até o final do ano, operando sob a suposição de que eles precisarão de cerca de seis semanas para receber os cupons, adquirir o conversor e alterar a configuração de suas antenas de maneira a permitir a recepção de sinais digitais.
A Associação Nacional da Mídia Eletrónica criou uma campanha que envolve dois camiões de divulgação que percorrem o país, visitando áreas nas quais se concentram muitos telespectadores. A organização já promoveu mais de seis mil eventos educativos até o momento ao longo do país, diz Shermaze Ingram, directora sénior de relações com a mídia, no grupo.
As emissoras locais de televisão vêm veiculando anúncios regularmente para alertar as pessoas quanto à transição digital que se aproxima. Algumas emissoras mantêm os alertas no ar constantemente, como mensagens de texto que correm pela porção inferior da tela. O fundo de educação da Conferência de Lideranças de Direitos Civis recebeu verbas de US$ 1,65 milhão e a Associação Nacional de Agências de Área para o Envelhecimento recebeu US$ 2,7 milhões para bancar campanhas de educação dirigidas aos frequentadores de centros comunitários e outros locais de associação sobre a necessidade de comprar um conversor, e sobre como programá-lo e instalá-lo.
A Associação Nacional da Mídia Eletrónica, que estima que US$ 1 bilião tenha sido investido em anúncios e outros esforços de marketing relacionados à questão, ofereceu às autoridades a criação de uma central de atendimento telefónico que poderia responder aos pedidos de informações do total estimado em um milhão de consumidores confusos que devem contactar as autoridades em 18 de Fevereiro; a estimativa é de que pelo menos mais um milhão de pessoas procurem informações a respeito do problema nos dias seguintes.
O Congresso permitiu que as estações analógicas de TV continuem a transmitir por 30 dias adicionais, com programação contendo anúncios educativos sobre a transição. E o sector de TV a cabo concordou em não transferir alguns de seus canais para uma faixa digital especial antes de 1° de Março, a fim de não causar ainda mais confusão entre os espectadores quanto às mudanças no sistema televisivo.
A situação vem sendo complicada desde o início. Consumidores se queixaram no site da Consumer Reports que não havia conversores à venda em suas cidades antes que expirasse o prazo de validade dos cupons. "Por que a pessoa não pode solicitar um cupom caso não tenha usado o primeiro?", questiona Kelsey, da União de Defesa do Consumidor. "Isso é um erro de administração na transição que existe desde o primeiro dia do Congresso".
A data de validade dos cupons, que foi imposta por decisão do Congresso, restitui o dinheiro não utilizado ao programa, para ajudar a bancar os conversores de outros consumidores, disse Meredith Baker, subsecretária assistente da Administração Nacional de Telecomunicações e Informação. O programa agora conta com verbas suficientes para bancar 56 milhões de cupons.
As pessoas que já têm conversores descobriram o "efeito penhasco". Caso o sinal recebido não seja forte, o telespectador não recebe a imagem embaralhada que é comum em um sinal analógico fraco: simplesmente não há imagem, porque a transmissão digital ocorre em sistema de tudo ou nada. Além disso, a depender da área, as antenas internas destinadas a receber apenas canais VHF talvez precisem de substituição.
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