Um casaco feito a preceito com cinco bandeiras de Portugal

[kokas]

A costureira Isabel Loureiro dá outro sentido à expressão "vestir a camisola". Para assinalar o Campeonato do Mundo de Futebol, esta portuguesa, emigrante na Alemanha, criou modelos exclusivos feitos com bandeiras nacionais.
É impossível não reparar na montra de Isabel Loureiro. Em vez dos fatos cinzentos e pretos, que é habitual encontrar nas lojas dos alfaiates, esta montra na Häfnergasse, em Wiesbaden, na Alemanha, é bastante colorida. De um lado, um vestido e um casaco com amarelo, vermelho e preto, as cores da Alemanha, do outro um vestido e um casaco feitos com as bandeiras de Portugal.



Isabel Loureiro é portuguesa, de Mangualde, mas mora em Wiesbaden desde 1983. Foi em Portugal que aprendeu a profissão de modista e durante muitos anos só costurou para mulheres. Só a partir de 2001, depois de se separar, é que decidiu dedicar-se por inteiro à sua paixão pelas roupas e pelo design e aprender também a fazer roupa para homem. "Dava cursos de costura, trabalhava para várias empresas e tinha muitos clientes particulares. A certa altura, achei que devia ter a minha própria loja", conta, num português enferrujado, de quem só volta à terra, uma vez por ano, no natal, para ver a família e matar saudades dos sabores e do sol de Portugal.

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A loja abriu em 2008 (www.atelierloureiro.de). E desde então Isabel Loureiro tem construído o seu nome como estilista. Tudo ali é feito à mão, por ela e por uma outra costureira, e depois Isabel trabalha com algumas empresas para fazer peças por medida: por exemplo, uma empresa na Bélgica que faz jeans e outra em Itália que faz pullovers. "Mas eu decido tudo, a cor, o tamanho, o material, o modelo, até a cor das linhas", conta, com orgulho.
Na loja, Isabel não esqueceu o seu país. Além de café e água, tem para oferecer aos clientes vinho do Porto e Amarguinha, e sempre que pode trabalha com fornecedores e empresas portugueses.
A ideia para fazer as roupas com as bandeiras dos dois países surgiu muito antes do Mundial do Brasil começar. "Agora é fácil encontrar bandeiras de Portugal de todos os tamanhos à venda mas quando eu comecei a tentar fazer isto foi muito complicado", explica. Só para fazer o casaco foram necessárias cinco bandeiras. Imaginem agora a dificuldade, não só para costurar com aqueles materiais de fraca qualidade como, sobretudo, em fazer um casaco em que a esfera armilar fica perfeitamente centrada quer nas costas quer nas lapelas, e as cores não estão colocadas ao acaso mas tudo foi pensado para ficar o mais bonito possível. "É um casaco perfeito, feito com detalhe, como se fosse um casaco normal", garante Isabel, mostrando os forros, os pespontos, as costuras.



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