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Urânio apreendido em França poderia valer 100 mil euros

florindo

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Um perito do Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) avaliou, ontem, em cerca de 100 mil euros, a amostra de urânio 235 enriquecido que, alegadamente, o pastor Leonel Ferreira e três comparsas terão tentado transaccionar. A amostra pesa menos de meio grama.


No julgamento que está a decorrer no Tribunal de Gaia e que tem como único arguido Leonel Ferreira, fundador e pastor da igreja "Kharisma" e dos Samaritanos, Fernando Piedade Carvalho, investigador principal do ITN, com sede em Sacavém, deu conta da dificuldade em atribuir um valor ao urânio enriquecido.

"É um material muito controlado a nível mundial e poucos são os países com capacidade de o produzir. Tem havidos alguns casos de desvio de material de laboratórios, que são registados numa base de dados internacional e da própria União Europeia. Não há, por isso, uma cotação", referiu o perito.

Fernando Piedade Carvalho salientou, ainda, que "o valor depende das intenções do comprador", e acrescentou: "Não me surpreenderia que houvesse alguém disposto a dar 100 mil euros por uma quantidade tão ínfima".

O urânio 235, que existe em toda a crosta terrestre, só se torna "perigoso" quando enriquecido. Aí, pode ser usado como combustível nas centrais nucleares, para o fabrico de bombas nucleares ou das denominadas bombas sujas, que apenas libertam radioactividade.

"Esta é uma bomba de fabrico artesanal, que provocaria pânico e grande agitação social. Admito que haja um mercado negro e têm sido apreendidos algumas quantidades. Para um civil, o urânio enriquecido tem um valor bastante elevado, mas tudo depende do comprador e das suas intenções", realçou o perito.

Na sessão de ontem, dedicada à audição de testemunhas de acusação, foi igualmente retomada a audição de um inspector coordenador da Polícia Judiciária, que sublinhou que o caso teve início quando a polícia francesa apreendeu a amostra de urânio enriquecido.

"Cumprimos a carta rogatória que as autoridades francesas nos enviaram e depois abrimos um inquérito. Fomos igualmente a França efectuar diligências e enviamos uma carta rogatória à Roménia, onde não pudemos ir. As autoridades romenas enviaram dois agentes com a carta rogatória cumprida", referiu.
Já Hugo Alexandre, que trabalhava na agência de viagens onde o pastor era cliente, recordou que Leonel Ferreira chegava a viajar uma vez por mês para o estrangeiro e que pelo menos um dos destinos seria "Budapeste ou Bucareste".

As suspeitas sobre o pastor da Igreja Kharisma nasceram na sequência da investigação em França, onde foram detidos três indivíduo, supostos colaboradores de Leonel Ferreira.
A amostra de urânio proveio da Roménia e terá tido origem na Rússia.

Leonel Ferreira é ainda acusado de usar dinheiro doado à instituição para financiar negócios e do crime de peculato e de participação económica em negócio.

JN
 
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