A. Dourado - Gondomar e Vizela no fio da navalha
CD DA FPF PASSOU A BOLA À COMISSÃO DISCIPLINAR DA LIGA...
O Conselho de Disciplina da FPF "passou a bola" à Comissão Disciplinar da Liga e terá de ser esta a validar os relatórios da Comissão de Inquéritos e Sindicância da FPF que apontam para as despromoções de Gondomar SC e Vizela, equipas actualmente na II Liga. O mesmo se aplica ao ex-presidente do Gondomar SC, José Luís Oliveira, e ao ex-chefe do departamento de futebol deste clube, Joaquim Castro Neves.
Em causa para o Gondomar SC estão 22 jogos da época de 2003/2004 e para o Vizela apenas um jogo. O dirigente do Vizela Benjamim Rebelo de Castro tem também proposta de acusação.
O árbitro mais penalizado pela Liga foi o árbitro assistente João Macedo, punido com uma suspensão de 9 anos e 4 meses, por corrupção da equipa de arbitragem e falsificação do relatório do jogo (não declarou ofertas do Gondomar SC). Licínio Santos, árbitro já retirado, apanhou 8 anos de suspensão e António Eustáquio, também já jubilado, 5 anos e 4 meses, pena idêntica à de Pedro Sanhudo, árbitro actualmente na 3.ª categoria e também réu no processo originário do Apito Dourado, que está a ser julgado no tribunal de Gondomar.
Jorge Saramago (4 anos). José Manuel Rodrigues (4 anos). Sérgio Pereira (4 anos) e Hugo Silva (4 anos) foram outros árbitros que o CD da FPF julgou por factos ligados à corrupção da equipa de arbitragem e falsificação de relatório do jogo. Neste grupo apenas Sérgio Pereira, do Porto, não se senta no banco dos réus no tribunald e Gondomar. Pereira foi acusado mas acabou por não ser pronunciado.
O CD da FPF penalizou ainda uma série de árbitros por falsificação de relatório do jogo, entre os quais o árbitro de 1.ª categoria Rui Silva, suspenso por 16 meses, facto que irá abrir mais uma vaga no quadro de árbitro da 1.ª categoria. Este economista de Vila Real apitou dois jogos do Gondomar SC na época de 2003/2004 mas só aceitou um artefacto em ouro da equipa gondomarense no primeiro jogo. Rui Silva já esteve no tribunald e Gondomar na condição de testemunha, onde disse que não aceitou o ouro da segunda vez porque seria excessivo ter duas peças idênticas. Paulo Silva, Eduardo Gaspar, Filipe Pereira, José Figueiredo, Rui Dias, Vítor Palma e Miguel Oliveira são outros árbitros castigados, estes com um ano de suspensão. Período durante o qual também o observador de árbitros Manuel Barbosa da Cunha - réu em Gondomar - terá a sua vida desportiva suspensa.
Com 16 meses de suspensão foram ainda punidos os árbitros José Palma, Francisco Mendes e Ivan Vigário. Com mais 4 meses, Bruno Pereira e Nuno Fraguito. Manuel Valente Mendes, árbitro de Lisboa defendido em tribunal por Duarte Gomes e Pedro Proença, foi suspenso por 3 anos e, juntamente com Sérgio Sedas (processo pendente), é um dos réus de Gondomar que não saiu condenado por corrupção desportiva, facto que o poderá ajudar no processo que está em julgamento.
Pedro Ribeiro foi suspenso por dois anos.
Fausto Marques e Jorge Marques, árbitros assistentes de Valente Mendes na altura dos factos, também foram suspensos por 2 anos.
João Mesquita absolvido
João Mesquita, ex-assessor da FPF e antigo árbitro de 1.ª categoria, foi absolvido, tal como o árbitro Aníbal Gonçalves. Para Mesquita, que também está a ser julgado em Gondomar, esta absolvição pode ser muito importante.
A FPF informou ainda que Cosme Machado, árbitro de 1.ª categoria, não foi acusado e que os árbitros Giestal Valente, Sérgio Sedas, Gavinho Fernandes, Paulo Nobre, Batista da Silva e Rangel Bernardo têm processos ainda pendentes. A CD da FPF tem ainda dez processos em apreciação (alguns envolvendo jogos da Taça de Portugal) e ontem instaurou processos aos árbitros António Resende, João Henriques, João Capela e Álvaro Mesquita.
Os dois primeiros estão acusados no megaprocessos da viciação das classificações dos árbitros, que deverá ser julgado em Lisboa, no tribunal da Boa-Hora. Capela é árbitro do quadro da 1.ª categoria. Também os observadores António Fernandes, Manuel Nabais, Marco Santos, José Mendonça, João Rosa (antigo árbitro de 1.ª categoria) viram ontem a CD instaurar-lhes processos.
O árbitro assistente Ricardo Emanuel da Fonseca Pinto foi suspenso por nove anos e quatro meses.
Pendentes continuam os processos que têm como alvos o CD Cinfães, o Vilaverdense, o CC Taipas e o FC Lixa, o mesmo acontecendo com os dirigentes Artur Mesquita (Lixa), Francisco Ribeiro (Taipas), Jorge Ferreira (Cinfães) e David Rodrigues (Vilaverdense); e os árbitros Daniel Santos (filho de Martins dos Santos, já pronunciado para julgamento em Vila Verde), João Macedo, Licínio Santos, Belarmino Aleixo (também acusado no Apito Final, no processo que atingiu a U.Leiria e João Bartolomeu), Sérgio Jesus, Joaquim Freitas, Luís Lameira (interveniente no processo do FC Porto-Estrela), Licínio Santos e Pedro Sanhudo; e os observadores Manuel Fernandes, Francisco Ferreira , José Mendonça e Martins dos Santos (antigo árbitro de 1.ª categoria, pronunciado para julgamento em Vila Verde e em Gondomar, neste último caso devido ao jogo Marítimo-Nacional da Madeira).
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS