Comunicado integral da GPDA
Na sequência das informações incorrectas relativas à questão dos pilotos de F1 com a FIA no que às super-licenças diz respeito, publicada nalguns media internacionais, e também como resposta às mais recentes palavras do Sr. Max Mosley, os pilotos pretendem clarificar o seguinte:
Em Janeiro de 2008, a FIA aumentou, por decisão unilateral o custo das super-licenças. O custo básico passou de 1,690 euros em 2007 para 10,000 euros no ano passado, quase cinco vezes mais. Adicionalmente, cada ponto conquistado no campeonato "custava" 447,00 euros em 2007 passando a custar 2,000 euros em 2008. Um aumento quase 3,5 vezes mais.
Estes aumentos foram executados sem qualquer consulta aos pilotos, que só tiveram conhecimento destas alterações quando as facturas foram remetidas às suas equipas. Os aumentos propostos foram injustos quer na forma como foram introduzidos, bem como no seu impacto nos pilotos.
A GPDA tentou resolver durante o ano de 2008 esta questão, e numa reunião o que teve lugar com Max Mosley, aquando do GP de Itália em Monza, ficou em aberto o caminho para prosseguirmos a discussão deste assunto. Isto incluía um pedido do Sr. Mosley para que os pilotos revelassem os seus rendimentos. Contudo o Sr. Mosley foi incorrecto quando disse aos media que não tinha recebido por parte dos pilotos qualquer resposta, já que foi remetida uma carta da GPDA em Dezembro, negando esse pedido por entendermos que não era relevante para a questão dos valores das super-licenças.
Para além disso, as remunerações dos pilotos são confidenciais, e devem ser mantidas assim. O próprio Sr. Mosley aludiu a esse facto em recente correspondência trocada com a GPDA. Relativamente à questão se o valor seria pago pela equipa ou pelo piloto, o Sr. Mosley entendeu que esse assunto só dizia respeito a eles próprios e não à FIA.
Os pilotos não se opõem a uma aumento significativo dos valores das super-licenças, um valor que deverá cobrir as despesas administrativas e outros custos relativos à emissão da super-licença. Por isso, os pilotos acordaram em ver aumentados os valores indexados à inflação.
Adicionalmente, os pilotos ofereceram-se para explorar outras alternativas de colaboração em que poderiam ajudar a FIA a conseguir fundos no valor de EUR 4.7 milhões, entre 2007 e 2008, valores citados pelo Sr. Mosley na sua reunião de Monza.
Os pilotos entendem que o valor da super-licença não deve ser uma fonte de liquidez. A FIA deve conseguir fundos suficientes através da exploração dos direitos comerciais da sua actividade.
Como princípio, os pilotos não devem ser taxados para gerar fundos que ajudem outros a cumprir os seus deveres legais para com os pilotos. É dever das equipas dar aos pilotos carros seguros, e dos organizadores de grandes Prémios providenciar circuitos seguros e é dever dos construtores providenciar capacetes, fatos de competição, etc, seguros. A FIA, como entidade que gere o desporto automóvel, tem o dever de impor regulamentos e supervisionar que as empresas sub-contratadas levam a cabo as suas tarefas, como por exemplo certificar um circuito. O processo de licenciamento dos pilotos assegura que estes estão habilitados a correr ao nível que se exige na Fórmula 1.
Números
* Em 2007, a Super-Licença de F1 foi a mais cara de sempre paga por um desportista em todo o mundo.
* Num ano e sem qualquer aviso a anteceder, as super-licenças aumentaram 200% sobre o valor base e 350% no valor adicional por ponto conquistado.
* O vencedor do Mundial de Fórmula 1 irá ter de pagar cerca de 270.000 dólares.
* A licença que mais se aproxima no mundo do desporto mundial pertence à NASCAR, onde os pilotos pagam cerca de 4.000 dólares por época.
* A FIA pretende que a contribuição dos pilotos para a gestão da federação ascenda a 1.7 millhões de euros por época através das super-licenças.AS