Pais temem insegurança
Petição contra transferência de alunos do 1.º ciclo para EB 2,3
Está a circular uma petição na Internet onde pais e encarregados de educação protestam contra a transferência de alunos do 1.º ciclo para escolas básicas 2,3. Catarina Martins, mãe e deputada municipal pelo Bloco de Esquerda (BE) é a primeira subscritora de uma lista que, até ontem, cerca das 18h00, tinha ultrapassado as 100 assinaturas.
«Os pequeninos, recém-saídos do infantário, serão despejados naquelas escolas enormes, impossíveis de vigiar», alerta Catarina Martins, chamando a atenção também para a «altíssima probabilidade de ocorrência de situações de insegurança, violência e bullyng», resultantes do convívio entre alunos de idades tão diferentes, desde os seis anos até, em alguns casos, aos 18/20 anos. Mais. A deputada municipal de Coimbra, teme que as crianças enfrentem «graves dificuldades de integração e socialização no contexto escolar».
Quando faltam poucos dias para o final do período de matrículas, Catarina Martins e o Bloco de Esquerda de Coimbra desafiam a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) a dizer «clara e publicamente» quais as escolas que vão receber alunos do 1.º ciclo e que condições de segurança estão preparadas para as acolher. «Os pais estão a matricular os filhos e não têm essa informação», criticam.
Da DREC não nos foi possível obter qualquer esclarecimento, no entanto, da parte da autarquia, Oliveira Alves, director do Departamento de Educação e Acção Social, frisou que as duas experiências – S. Silvestre e Taveiro – que já estão a decorrer este ano lectivo têm tido os melhores resultados possíveis, com «excelente integração» dos alunos nas escolas EB 2,3.
As alterações decorrem na sequência da Carta Educativa de Coimbra, aprovada no final de Abril na Assembleia Municipal. Além das escolas básicas integradas, com 1.º, 2.º e 3.º ciclos, estão previstas escolas com pré-escolar e ensino básico e escolas do 3.º ciclo com secundário. Nesta última solução, «defendida pela DREC», realça Oliveira Alves, há indicadores de «melhores índices de aproveitamento, melhor disciplina e redução do abandono escolar».
Depois de S. Silvestre e Taveiro são, pelo menos, mais três os casos de transferências. Para a Escola Básica 2,3 de Silva Gaio vão alunos da Escola do 1.º Ciclo do Rossio, em Santa Clara. É também conhecido o caso dos alunos dos Olivais, que passam para a Escola EB 2,3 de Martim de Freitas, a que se juntam os da Solum, a transferir para a Escola EB 2,3 de Eugénio de Castro.
A pensar nestas mudanças e numa transição eficaz, Oliveira Alves realça que a autarquia está a proceder a «pequenas obras», de modo a que as crianças mais novas tenham uma «protecção acrescida» e, nalguns casos, como na Escola Eugénio de Castro, até entradas diferentes.
Há adequação dos recreios, quadros que são necessários baixar, carteiras a alinhar, entre outras medidas, de modo a garantir uma permanência em meio escolar sem problemas, garante o director do Departamento de Educação, acrescentando que, nas reuniões que têm decorrido com associações de pais, não sente esse receio patente no abaixo-assinado a circular na Internet.
«Deve haver alguma falta de informação», continua Oliveira Alves, que deixa a garantia de que os alunos mais novos vão encontrar escolas EB 2,3 «bem apetrechadas» e seguras.