Tentativa de carjacking: Gangue de Valbom suspeito de ter baleado inspector da PJ
O inspector baleado na cara e numa mão, à porta de casa, terá sido vítima de um dos gangues mais violentos do Porto. O grupo é liderado por um jovem de 19 anos e tem na sua posse armas de guerra, segundo a Polícia Judiciária.
A Polícia Judiciária suspeita que a tentativa de carjacking a um inspector da Directoria do Porto, que foi baleado na cara e numa mão, esta terça-feira à porta de sua casa em Vermoim, na Maia, foi levada a cabo por elementos do chamado gangue de Valbom.
Chegou a ser colocada a hipótese do ataque estar relacionado com a profissão da vítima mas depressa a polícia se convenceu que se tratou de mais um caso de carjacking, uma vez que os suspeitos já haviam feito outros assaltos, nomeadamente um momentos antes em que roubaram um Nissan Primera na Estrada D. Miguel, em Gondomar, viatura idêntica, de resto, à que conduziam o autor dos disparos e dois cúmplices.
Carlos Castro, de 35 anos, inspector afecto a uma das brigadas dos Homicídios da PJ Porto, acabara de chegar a casa com a mulher e dois filhos, pouco antes da meia-noite, ainda retirou as compras do carro quando surgiu o carro cinzento de onde saiu um individuo encapuzado.
Segundo fonte policial, o inspector sacou da arma, o que levou o agressor a disparar mas também a desistir do seu intento - levar a carrinha Audi A4 -, apesar ter conseguido tirar a arma da vítima.
O polícia continua internado no S. João do Porto, mas livre de perigo. Foi submetido a uma intervenção cirúrgica pelas equipas de ortopedia e cirurgia plástica e, conforme disse ao SOL fonte do hospital, fará novas cirurgias de reconstituição nos próximos dias para «minimizar os danos» na mão atingida, que colocou à frente da cara aquando do disparo.
Recorde-se que, em meados de Janeiro, tinham sido detidos dois elementos do núcleo duro do gangue de Valbom. Desde essa altura que Daniel Faria, 19 anos, conhecido por Cubilhas, e o irmão, Filipe Faria, 16 anos, conhecido por “Biket”, aguardam em liberdade o julgamento por associação criminosa, assaltos à mão armada, carjacking e tentativa de homicídio (de Mauro Santos, alegado número dois do gangue da Ribeira e preso preventivamente).
A PJ tinha um mandado de detenção para o alegado líder do gangue, Hélder Bianchi, de 19 anos, que, pela segunda vez (na operação de Janeiro), conseguiu escapar à polícia. Mas, segundo o SOL apurou, Bianchi foi detido pela PSP no inicio de Março por conduzir uma viatura roubada e sem carta. Foi ouvido na PJ apenas como testemunha, no interesse estratégico da investigação, apesar de estar pendente um mandado de detenção em seu nome.
O gangue, que assaltava sobretudo ourives, quer nas ourivesarias quer durante as entregas ou transportes, estudava a rotina dos responsáveis pelas entregas do ouro, barricava-lhes o carro e atirava indiscriminadamente. De acordo com fonte policial, a mãe do alegado líder do grupo comprava o ouro roubado para depois fazer negócio.
O grupo está a ser investigado há pelo menos três anos e, de acordo com fonte policial, possui armas como metralhadoras UZI e Kalashnikov, granadas e munições muito especificas como, por exemplo, cartuchos SABOT SLUG (podem perfurar um carro de uma ponta à outra).
Um relatório confidencial da PSP, relativo às mortes de Nuno Gaiato e Aurélio Palha (em Julho e Agosto de 2007), diz que os desentendimentos entre gangues na noite do Porto começaram com o grupo de Valbom, após a agressão de Gaiato, Mauro e ‘Malagueta’ (grupo da Ribeira) a Bianchi. Outra explicação, considerada pela PJ, aponta para o desentendimento ter começado por uma “trapaça” numa entrega de droga.
Fonte Inf.-
Sol
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